A Ferrovia ‘Senador Vicente Vuolo’ amplia as possibilidades de mercado ao Estado de Mato Grosso, considerando inclusive o transporte de passageiros, conforme o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos. “Da mesma forma que a carga vai alterar em velocidades comerciais maiores, também o transporte ferroviário de passageiros poderá ser implementado nestas linhas”, disse o ministro que vistoriou as obras da ferrovia na tarde dessa quarta-feira (15.09) em Alto Araguaia (415km ao Sul de Cuiabá).
Há a viabilidade de incluir o transporte de pessoas no estudo que será feito para ligação da ferrovia, que até 2012 chegará a Rondonópolis, até Cuiabá. “Somos um País de direção continental e, como de costume, na medida que formos avançando na construção de linhas modernas férreas, vai se instalando a possibilidade de aproveitamento para o transporte de passageiros”, comentou Passos ao argumentar que são “trechos ferroviários modernos, com boas condições de raio e rampas”, diferentemente dos modais mais antigos sem quaisquer condições de concorrer com o transporte rodoviário.
Com a possibilidade dos trilhos chegarem até a Capital, o diretor geral do Departamento Nacional de Infraestrutura do Transporte (Dnit), Luiz Antonio Pagot, prevê a abertura de alternativas ao transporte de biocombustíveis, da região de Barra do Bugres, Tangará da Serra, Nova Mutum e Diamantino, por exemplo. “Além do transporte dos grãos e farelos, vamos começar a discutir das proteínas animais e também do biocombustível em alta escala”, completou.
Pagot falou ainda das possibilidades que se abrirão ao longo do trecho ferroviário, da discussão de novos projetos, da produção de celulose e até da geração de energia, além do potencial mineral de Mato Grosso. “Precisamos não só duplicar as rodovias, como no futuro, em 2016, 2020, fazer com que o trem chegue até Água Boa e até Rondônia”, acrescentou o diretor do Dnit.
RODOVIAS
A ferrovia avança em Mato Grosso, mas nem por isso o Governo Federal vai desacelerar os investimentos nas rodovias, garantiu o ministro dos Transportes. Como ele lembrou, o Governo Federal tem feito investimentos pesados e muito expressivos no Estado de Mato Grosso, na manutenção e recuperação e até mesmo, fazendo restaurações necessárias nas BRs-163, 464, 070, 158, 242.
Passos lembrou ainda do trabalho de pavimentação de outras rodovias, como trechos da BR-364 da região de Diamantino, Sapezal, Comodoro, grande produtora de soja; da pavimentação do começo da BR-242, são 50 km, e da própria 158, do trecho de Guarantã até a divisa entre o Estado do Pará e Mato Grosso, como também a pavimentação no Pará, por conta da importância da BR-163 para Mato Grosso como corredor e opção no escoamento da produção do Estado.
“Queremos que o produtor rural possa contar com alternativas para fazer o deslocamento da sua produção a preços mais baratos e, o que é mais importante, além desta ferrovia (de 260 quilômetros, entre Alto Araguaia e Rondonópolis) já estamos concluindo o projeto de engenharia para que possamos fazer a licitação da ferrovia (Centro-Oeste) que vai do entroncamento da Ferrovia Norte-Sul até Lucas do Rio Verde”, disse Paulo Passos, ao ressaltar também que Mato Grosso é “um Estado importante para a Federação, que levou muito tempo para que tivesse a atenção devida; sem que fossem feito os investimentos necessários para escoar a sua vasta produção agrícola”.
