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Terça-feira, 30 de julho de 2024

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Coritiba volta ao Couto de cabeça erguida e com expectativa de recorde

A última lembrança envolvendo Couto Pereira e Campeonato Brasileiro não é nada agradável para o Coritiba. Uma batalha campal tomou conta do gramado após o empate com o Fluminense em dezembro de 2009 e o consequente rebaixamento, e o clube recebeu a maior punição da história do STJD. Nove meses depois, após o título paranaense em cima do maior rival e com chances de retomar a liderança da Série B, o Coxa volta definitivamente ao estádio, de cabeça erguida. E o retorno tem expectativa de recorde de público.


Nas últimas rodadas, o maior desafio foi manter o foco na competição, já que o assunto Couto Pereira era inevitável. Depois da série de tropeços diante de Ipatinga, Duque de Caxias e Figueirense, a ansiedade para voltar ao Alto da Glória se mostrou ainda mais latente no elenco.

- Não há nada melhor do que estar na nossa casa. Não vemos a hora de chegar. A movimentação na cidade é grande. Cumprimos a pena, não devemos nada a ninguém. Vamos voltar com toda a dignidade do mundo, por cima. Isso é fundamental na vida do ser humano, principalmente para nós que estamos vivendo o Coritiba 100% - disse o capitão Jéci.


Treino no Couto: estádio tem expectativa de quebrar recorde da Série B (Foto: site oficial do Coritiba)A expectativa para a partida deste domingo, contra a Portuguesa, é de reestreia em grande estilo. Nos últimos 15 dias, o clube conseguiu recuperar mais de oito mil sócios, e teve que ampliar o horário de atendimento na Central de Relacionamento com o torcedor para atender à atual demanda. Grandes filas se formaram nos postos de venda, e menos de dois mil bilhetes estão disponíveis para venda. Um dos principais responsáveis pela consistência da equipe na temporada, o técnico Ney Franco acredita que o espetáculo deste sábado será inesquecível.

- Temos harmonia e suporte para um bom trabalho, com uma equipe dentro da realidade, mas que o torcedor conhece e aprendeu a apoiar. Pelo horário do jogo (15h50m) e pelo adversário (Portuguesa, oitavo colocado com 31 pontos), podemos bater o recorde de público da Série B (32.157 pagantes em Bahia 2 x 0 Sport). Percebemos um grande envolvimento na cidade, convocamos o torcedor. Podemos repetir a festa que fizemos com o título (estadual) em cima do Atlético-PR.

Elenco abre mão de prêmio, e time joga '20 vezes fora'
Nos dez jogos da Série B em que foi mandante, o Coxa fez da Arena Joinville sua casa. Em campo, os números foram animadores: seis vitórias, dois empates e apenas duas derrotas (aproveitamento de 66,6%). Fora do gramado, porém, o clube precisou se apertar para honrar com seus compromissos.

A cada partida realizada na cidade catarinense, o gasto aproximado foi de R$ 200 mil (R$ 2 milhões no total). Além de aluguel e manutenção do estádio, houve uma despesa elevada com transporte e hospedagem, visto que não apenas jogadores e comissão técnica viajavam, mas também profissionais envolvidos na logística que o clube utiliza como mandante (seguranças, por exemplo).


Coritiba gastou aproximadamente R$ 2 milhões
para atuar em Joinville (Foto: site oficial do Coritiba)O rebaixamento trouxe outras perdas drásticas. Dos 12 mil sócios que tinha em dezembro, o Coxa perdeu quase dez mil. A queda de receita também foi sentida nos patrocínios, já que acordos pré-firmados para a exibição de placas de publicidade no Couto não puderam ser mantidos. As cotas de TV também foram reduzidas.

Para manter o orçamento, a diretoria se reuniu com os jogadores logo no início da temporada. O elenco entendeu a nova realidade do clube e, quando foi campeão paranaense, abriu mão da premiação pelo título.

- O clube é organizado e honra com os compromissos. Tínhamos que dar nossa parcela de contribuição. Abrimos mão da premiação do Estadual. Para quem estava chegando ao time era estranho, mas nós que estávamos desde o ano passado sabíamos das dificuldades. Foi bom para o clube - disse o zagueiro Pereira, por telefone.

Nos 20 jogos disputados na Série B - todos “fora de casa”, como dizem comissão técnica, diretoria e jogadores -, os principais problemas apontados pelo elenco foram o desgaste pelas constantes viagens e a presença menos numerosa da torcida. Em boa parte por culpa dos quase 130 quilômetros que separam a capital paranaense e Joinville, a média de público caiu de 18.676 torcedores no Brasileiro de 2009 para 3.115 no primeiro turno da Série B de 2010.

O novo velho Couto


Além da recuperação do patrimônio depredado, o Couto sofreu algumas melhorias. Toda a fiação elétrica do estádio foi trocada, e a iluminação foi triplicada. As dependências também foram repintadas, e o gramado, reparado para receber o restante do Nacional.


A volta ao Couto em Brasileiros pode coincidir com
a volta de Tcheco ao Coxa (Foto: site do Coritiba)No que diz respeito a questões políticas, também houve mudanças significativas. Preocupado com o planejamento da segurança nos dias de jogos, o clube estreitou relações com a polícia paranaense. É proibida a entrada de torcedores com camisas e faixas de exaltação a torcidas organizadas. Caso algum integrante consiga burlar a segurança, será retirado do estádio assim que identificado. Todos os envolvidos no episódio que rendeu a pena ao Coritiba estão proibidos de assistir aos jogos no local.

Neste sábado, 350 policiais militares estarão mobilizados para a reabertura do estádio. Dentro de campo, os jogadores prometem se esforçar ao máximo para não estragar o reencontro com a torcida. Para completar a festa, Ney Franco deve escalar o meia Tcheco entre os titulares, marcando a volta do jogador ao Alto da Glória após sete anos.
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