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Quarta-feira, 24 de julho de 2024

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EUA: cientistas tentaram vender segredo de bomba atômica à Venezuela

Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira que dois cientistas que trabalharam no laboratório nuclear de Los Alamos (Novo México) foram detidos e acusados de tentar passar segredos atômicos para um agente do FBI que se fez passar por um funcionário venezuelano, informou o Departamento da Justiça americano.


Pedro Leonardo Mascheroni, 75 anos, argentino naturalizado americano, e sua esposa, Marjorie Roxby Mascheroni, 57 anos, foram detidos nesta sexta-feira pelo FBI e apresentados a um juiz da cidade de Alburquerque, informou o Departamento de Justiça.

Ambos foram acusados de tentar "transmitir dados de alta segurança sobre armas nucleares" a uma pessoa "que acreditavam ser um alto funcionário venezuelano" para "participar do desenvolvimento de uma arma atômica para a Venezuela", explicou o texto.

A acusação não diz que o governo venezuelano ou alguém que atuou em sua representação buscou ou obteve informação confidencial", muito menos que haja acusações contra alguém desse país, adverte a nota.

O comunicado detalha que o agente encoberto do FBI apresentou-se em março de 2008 diante de Mascheroni, que apesar de ter parado de trabalhar em Los Alamos em 1988 ainda dispunha de acesso a informação de alta sensibilidade através de sua mulher, que continuava nesse laboratório.

Entre outros assuntos, Mascheroni supostamente disse que poderia ajudar a Venezuela a desenvolver uma bomba nuclear em 10 anos", assegurou o texto.

O programa que o cientista propunha era que a Venezuela construísse um reator nuclear secreto debaixo da terra para produzir e enriquecer plutônio e outro reator na superfície para produzir energia nuclear.

Em julho de 2008, o agente do FBI entregou ao cientista uma lista com 12 perguntas para preparar um programa nuclear.

Mascheroni entregou, em troca, em novembro de 2008, um disco que continha um documento de 132 páginas, supostamente elaborado a partir da informação à qual sua mulher tinha acesso em Los Alamos, um dos dois principais laboratórios nucleares americanos.

Mascheroni mostrou-se interessado em um dado momento em obter a nacionalidade venezuelana, já que não se considerava americano, sempre segundo o texto.

Depois de um pagamento inicial de 20.000 dólares, a troca de informação e dinheiro continuou até a prisão do casal.

"Como ocorre com esse tipo de investigações, este foi um processo longo, complexo e metódico", disse uma agente especial do FBI, Carol Lee, citada no comunicado.

O casal poderá ser condenado à prisão perpétua, explicou o texto.
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