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Terça-feira, 30 de julho de 2024

Notícias | Esportes

Talento e dedicação levaram Bruna Paes de Mato Grosso para o mundo

A vida da ex-jogadora de tênis, Bruna Paes, é um exemplo de dedicação, persistência e vitórias. Bruna se encantou pelo esporte desde muito cedo, aos seis anos, a ex-atleta já freqüentava o Caiçara Tênis Clube. Acompanhada da mãe, que praticava vôlei no clube, a pequena garotinha escolheu tênis como seu esporte favorito. Mesmo com a pouca idade, Bruna, já aflorava seu talento. O treinador do Caiçara na época, Tatinho, vendo o potencial da jogadora, resolveu investir em treinos particulares. Com nove anos, ela já treinava média de três horas por dia e, planejava jogar torneios estaduais.


Bruna garante que os pais nunca interferiram em sua escolha e, que o interesse pelo esporte foi crescendo como uma verdadeira paixão. Com dez anos, Paes, passou a competir em torneios Estaduais, sendo que no primeiro ano, ela não perdeu nenhum torneio e, foi a primeira do Brasil. Com o incentivo da vitória, a ex-jogadora, passou a treinar mais e, levar cada vez mais a sério o esporte, esforço que não foi perdido, pois Bruna, com 12 anos, foi novamente a número um do Brasil. Apesar de poucos apoios no início de sua carreira, a atleta não desistiu. Bruna conta que nessa época, o Caiçara que ajudava com as despesas. “Eu tinha apenas 12 anos, não podia viajar sozinha, então o Clube ajudava com as gastos do técnico, pois meus pais trabalhavam e, não podia me acompanhar sempre”.

Com o passar dos anos, a ex-tenista, foi só melhorando seu desempenho e, aos 14 anos conseguiu novamente ser campeã brasileira. A partir daí, a ex-jogadora começou ir além e, passou a competir em um circuito Sul-Americano, que ocorre todos os anos, que se chama Confederación Sudamericana de Tenis (COSAT). E foi nessa época que a atleta teve a iniciativa de ir para Brasília. Bruna, apesar de muito nova, encarou a dificuldade de morar sozinha. “A minha maior dificuldade era a saudade de casa, eu viajava muito sozinha, outro problema era de ir para torneios em lugares que os hotéis e as comidas eram horríveis, eu ficava doente e, estava sempre desamparada. A rotina também era muito difícil, pois minhas amigas de 14 e 15 anos estavam começando a namorar, e enquanto que eu treinava seis horas por dia, seis vezes por semana, tinha torneio que eu treinava com dor e, que era pago hotel e alimentação até você estar “viva”, uma gíria que usamos para falar até quando você estiver ganhando, então eu ficava naquela pressão, se eu perder eu vou ter que pagar hotel e alimentação essa semana, e as vezes eram lugares caros”, descreve Paes.



Bruna conta que aos 15 e 16 anos não era possível mais conciliar escola com as viagens, pois ela fazia em média, 30 semanas de viagens por ano para jogar torneio. As dificuldades foram aumentando, e como conseqüência a pressão em si mesma também. Foi quando a ex-jogadora teve sua pior experiência, em uma viajem para Europa. “Foi a primeira e última vez que pensei em parar de jogar, pois eu estava muito esgotada fisicamente e psicologicamente, eu entrava na quadra com tanta pressão em mim, que eu tremia de nervoso ao ponto de jogar a bola para trás na hora do saque. Então eu perdi vários jogos, para meninas que eu nunca tinha perdido. Eu estava naquela fase de pensar, se era isso mesmo que eu queria, pois o investimento era muito grande, eu viajava para Europa e via que a estrutura era totalmente diferente, lá eles têm o apoio do Governo e da Federação. Eu tive que parar de ir à escola, e comecei a estudar por correspondência, o que foi outro choque na minha família, meus avós falavam “e se ela se machucar, o que vai acontecer? Não estudou e não vai jogar tênis?”Então tinha pressão de todos os lados, essa fase foi muito difícil para mim”, desabafa Bruna.

Mas apesar de todas as barreiras, Bruna foi em frente e, ficou entre as três melhores da America do Sul, algo que a deixa muito orgulhosa, devido sua força de vontade. “Apesar de todos os problemas eu era muito disciplinada, eu treinava muito e continuei indo bem”.

Umas das decisões mais difíceis da vida da ex-tenista foi aos 18 anos, quando Bruna, recebeu a proposta de uma bolsa de estudos para fazer faculdade e treinar em uma Universidade nos Estados Unidos. “Foram 11 convites de Universidades diferentes, foi quando percebi que essa seria minha oportunidade, por outro lado tinha a questão de abandonar as competições profissionais no Brasil”.

A ex-jogadora seguiu o conselho do pai, de seguir em frente e aceitar o convite. “Lá eu tive a oportunidade de estudar e jogar, eles pagavam tudo, desde alimentação, moradia e livros. Então se fosse para eu ficar e jogar a liga profissional seria um investimento grande e as chances de retorno não eram tantas, pois eu não estava bem comigo, resolvi aceitar a proposta e estudei na California State University, Fresno, no curso de International Business”, conta Bruna.

Segundo Paes, apesar de muitas pessoas criticarem ela, por ter parado de jogar em sua volta ao Brasil, a experiência que ela teve com o tênis, foi muito válida, pois foi esse esporte que a oportunizou de conhecer outras culturas e saber falar outras línguas. “Eu conheci 15 países, hoje todas essas experiências que eu tive jogando tênis, refletiu de maneira positiva em relação a muita coisa, e o esporte me ensinou a ser disciplinada, não só na quadra, mas em outras coisas também, hoje eu trabalho em uma empresa, na área de exportação, justamente pelas línguas que eu aprendi viajando para jogar tênis, e também tenho facilidade de lidar com pessoas de culturas diferentes e, tudo isso foi proporcionado pelo esporte”, avalia Bruna.

Paes incentiva também, os novos atletas e ressalva a importância dos iniciantes desse esporte, terem muita garra e força de vontade para se dar bem nessa carreira. “Para quem esta começando, recomendo que continuem acreditando em seu próprio potencial e batalhando, por que realmente não é fácil, uma hora vem à recompensa”, aconselha Paes. A ex-jogadora revela ainda, que pretende dar aulas um dia e, que isso foi uma paixão adquirida nos Estados Unidos. “Quero poder ensinar as pessoas também, esses dias eu estava no Caiçara assistindo um treino e, me deu vontade de estar ali no lugar do treinador”.

A ex-atleta foi número um do Brasil com dez, 12, 14 e 16 anos, com 14 e 16 ficou entre as três melhores da America do Sul, com 17 ficou entre as 300 melhores do mundo e na faculdade, nos Estados Unidos, nos quatro anos a equipe de tênis que ela participava, ficou entre os 15 melhores times dos EUA na divisão mais forte da liga universitária
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