Governadores, senadores e deputados eleitos pelo PT se reúnem na tarde desta segunda-feira (4), 24h depois do 1º turno das eleições, para discutir, com a candidata Dilma Rousseff, a estratégia da campanha presidencial para o segundo turno. Na entrada da reunião, todos disseram acreditar que os cerca de 20% de votos válidos obtidos ontem por Marina Silva, do PV, serão revertidos para a candidata petista no dia 31 de outubro.
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Fernando Ferro, foi um dos primeiros a chegar no hotel onde está acontecendo a reunião, em Brasília. O deputado disse acreditar que a candidata verde não declarará abertamente apoio ao PT nem ao PSDB. "A neutralidade pode ser a decisão da Marina, mas a sociedade não ficará neutra", afirmou.
"Se comparar o PV com o PT e o PSDB, é nítido que o Partido Verde está muito mais próximo de nós (PT). Mas temos que respeitar o debate interno do PV, que vai decidir quem apoiar", disse.
Para o líder do PT na Câmara, o desgaste de Dilma com setores religiosos contribuiu, mas não foi o fator determinante para a ida da disputa para o segundo turno. A senadora do PT eleita por São Paulo, Marta Suplicy, também acredita em uma "série de fatores".
"Tivemos calúnia e difamação pela internet, tivemos o caso Erenice, o desgaste com o tema 'aborto' entre as igrejas. Mas o segundo turno pode ser muito interessante. Não há nada a temer, será apenas um aprofundamento das ideias. Vamos disputar e vamos ganhar", declarou.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB), foi menos cauteloso e está bastante confiante na vitória de Dilma Rousseff no segundo turno contra o tucano José Serra. "Vamos ganhar no segundo turno e daqui (da reunião) sai a estratégia da vitória", afirmou, antes de entrar para a reunião.
O governador eleito, Eduardo Campos, no entanto, preferiu ser mais cauteloso. "Veio um recado das urnas. Temos que ouvir, ter humildade e fazer um bom segundo turno. O lado bom disso é que os dois candidatos terão mais tempo para discutirem as propostas, e acho que foi isso que levou a população a forçar um segundo turno", afirmou.
