Apesar dos cuidados, Alencar, que estava acompanhado do candidato derrotado ao governo de Minas, Hélio Costa (PMDB), enalteceu o papel da candidata verde no processo eleitoral e lembrou da relação que os dois tiveram no Senado. "A Marina foi minha colega. Temos um entendimento muito sadio. Somos grandes admiradores dela e a respeitamos muito".

Com a missão de defender a candidatura de Dilma em Minas, o vice-presidente ainda fez questão de destacar que Marina foi prestigiada pelo presidente Lula enquanto atuou como ministra do Meio Ambiente. "A Marina mostrou que é aquela grande mulher brasileira da selva amazônica que encanta o mundo. O mundo inteiro torce por Marina".

"Paciência"
Em Minas, algumas peculiaridades justificam a cobiça redobrada pelos 20 milhões de votos de Marina Silva por parte dos presidenciáveis que disputarão o segundo turno. Em Belo Horizonte, por exemplo, ela foi mais votada que Dilma e Serra. Para Alencar, o fenômeno - que surpreendeu até mesmo o PV mineiro - se deveu "à sensibilidade dos mineiros em relação à questão ambiental".

Sobre o resultado do dia 3 de outubro, que não deu a vitória a Dilma no primeiro turno, ele disse que é preciso paciência para aceitar os números. "O eleitor sabe das coisas. O segundo turno abriu espaço para que as questões nacionais sejam melhor discutidas".

Muito abatido em função dos problemas de saúde, Alencar adotou um discurso sereno e não se negou a conceder uma longa entrevista à imprensa. De Belo Horizonte, ele segue na quarta-feira (6) para São Paulo para uma nova sessão de quimioterapia. A intenção, segundo ele, é voltar o mais rápido possível para Minas, onde irá reforçar a campanha de Dilma.