Na segunda fase do Campeonato Mundial, o Brasil pisou no freio contra a Bulgária e, pagando o preço da polêmica, conseguiu escapar de Cuba. Agora não tem mais jeito. Se quiser ser tricampeã mundial, a seleção de Bernardinho, além de ganhar da Itália neste sábado, terá de passar pelos rivais caribenhos no domingo. Na primeira semifinal, os cubanos despacharam a Sérvia no tie-break, com parciais de 22/25, 25/17, 31/29, 22/25 e 16/14. Se no início do torneio o pódio soava como uma grande conquista, agora Leon & Cia não têm dúvidas: querem o ouro a qualquer custo.

Com 23 pontos de Leon e 21 de Leal, os cubanos quase viram a final escapar pelos dedos, mas reagiram no tie-break e, esbanjando vibração, viraram para cima dos sérvios. Com Hierrezuelo e Simon chamando a torcida o tempo todo na Arena de Roma, a equipe centro-americana tornou inútil uma grande atuação de Miljkovic, que fez incríveis 30 pontos, mas vai ter de se contentar com a briga pelo bronze.

Durante o jogo, entre uma e outra virada perfeita, Miljkovic chegou a pedir silêncio à torcida. Após a partida, nem foi à rede para cumprimentar os rivais. Mas os cubanos nem ligaram. Hierrezuelo se jogou no chão da quadra, emocionado, enquanto seus companheiros pulavam para festejar a garantia, pelo menos, da medalha de prata.

Festa cubana na rede: os jogadores esbanjaram vibração após a vitória sobre os sérvios (Foto: AFP)Cuba volta à decisão do Mundial duas décadas após sua última participação, em 1990, quando perdeu para a Itália e foi vice-campeã. Após se manter entre os semifinalistas ao longo dos anos 90, a seleção centro-americana viu seu prestígio cair no cenário internacional e chegou a ficar em 19º no Mundial de 2002, enquanto o Brasil conquistava seu primeiro título. Agora, está de volta à elite.

A final está marcada para as 16h15m deste domingo, em Roma, contra o vencedor do jogo entre Brasil e Itália. A disputa do bronze será às 12h.

Bom início para a Sérvia

O ímpeto cubano esbarrou na técnica dos sérvios no primeiro set. A equipe europeia manteve a cabeça no lugar e, com seu vôlei competitivo, surpreendeu os centro-americanos, fechando a parcial em 25/22.

Sair atrás parece ter mexido com os brios cubanos. No segundo set, com Leon voando como sempre, a equipe dominou as ações e, até com alguma facilidade, venceu por 25/17 para igualar o placar na partida.

O terceiro set foi marcado pelo equilíbrio. Apesar do esforço cubano, Ivan Miljkovic virava todas as bolas. A Sérvia teve a parcial na mão para abrir 2 a 1, mas o próprio Miljkovic falhou na hora em que não podia falhar. Perdeu o set point e deu moral aos rivais, que não desperdiçaram a chance e fecharam em 31/29.

Na quarta parcial, a Sérvia logo abriu vantagem e chegou a liderar por 9/5, mas Cuba equilibrou as ações. Aos poucos, os sérvios retomaram a vantagem e controlaram até o fim: 25/22, forçando o tie-break.

No set decisivo, Cuba deixou de lado sua melhor arma, a força, e ganhou no jeito. A equipe caribenha chegou a entrar numa enrascada na parte final do tie-break, com os sérvios abrindo dois pontos. Mas acertou nos saques flutuantes que dificultaram a recepção rival e fechou bloqueios perfeitos para decidir. Na última bola, coube ao paredão de Camejo fechar a tampa. Cubanos na final, e se o Brasil quiser o tri, não tem mais como escapar deles.