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Sábado, 20 de julho de 2024

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Programa na Ilha do Marajó conserva búfalos ameaçados

Na Ilha do Marajó, no Pará, um programa da Embrapa ajuda na conservação de búfalos que vivem no local. Os primeiros animais que chegaram até lá, no final do século 19...

Na Ilha do Marajó, no Pará, um programa da Embrapa ajuda na conservação de búfalos que vivem no local.


Os primeiros animais que chegaram até lá, no final do século 19, tiveram origem em um navio que saiu da Guiana, vindo da Ásia.

O barco naufragou perto da foz do Rio Amazonas e os búfalos que saíram com vida conseguiram nadar até a Ilha do Marajó, se reproduzindo de maneira aleatória.

Novos rebanhos chegaram à região pouco tempo depois, desta vez importados. Os animais se adaptaram bem ao clima da ilha, com planícies que ficam alagadas durante boa parte do ano. Na Ilha do Marajó, o búfalo é usado na produção de carne, leite e serve como transporte. Em algumas cidades, até é usado no trasporte para a coleta do lixo.

A Ilha do Marajó tem o maior rebanho de búfalos do país, constituído principalmente por três raças: mediterrâneo, jafarabadi e jurrah. As espécies carabao, com chifres maiores, e o búfalo baio também existem em quantidade bem pequena. Por isso, elas fazem parte do Programa de Conservação de Recursos Genéticos Animais da Embrapa.

A maior parte dos exemplares de animais vivos dessas duas raças é mantida no Núcleo de Conservação que funciona na Ilha do Marajó. “Ambas constituem pequenas populações, têm menos de quinhentos espécimes de cada uma delas”, explica o zootecnista Ribamar Marques, pesquisador da Embrapa que coordena o trabalho.

Carabao e Baio são raças produtivas e interessam ao criador. Segundo Marques, elas só estão nesta situação porque seus rebanhos de origem eram muito pequenos. O único rebanho conhecido de búfalos baios fica no Núcleo de Conservação da Embrapa.

O baio não é muito grande e tem o chifre em forma de caracol. A característica principal da raça, como o próprio nome sugere, é a pelagem baia, um castanho meio amarelado. “O restante é um animal fenotipicamente no seu exterior parece com a raça murrah. São animais bem dóceis, muito dóceis”.

Já o búfalo carabao, apesar de ser criado solto, também produz. Ele não é tão dócil quanto o baio. Os animais dessa raça são descendentes dos primeiros búfalos que chegaram a nado na Ilha do Marajó. O carabao é nativo do sudeste asiático, onde também há muitas áreas pantanosas.

Os pesquisadores acreditam que, apesar da semelhança com antepassados asiáticos, o carabao do Brasil já tenha desenvolvido características próprias. “Ele está distante de suas origens do sudeste asiático. É possível que ele já tenha adquirido algumas características genéticas diferenciadas das raças originais", explica Marques.

Por isso a importância do programa de conservação. Geneticamente falando, assim como o búfalo baio, este carabao só existe na Ilha do Marajó e está seriamente ameaçado. “O grande objetivo é agora repassar animais para criadores parceiros, até que ela saia desse risco de extinção”.
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