Sob uma admitida perplexidade que ainda paira sobre os que contavam como certa a eleição da presidenciável Dilma Rousseff (PT) no primeiro turno, a Executiva do PT em Minas Gerais se reuniu nesta segunda-feira (11), em Belo Horizonte, para traçar estratégias de ação no Estado. "Estamos vivendo uma política de guerra, pelo clima que se estabeleceu neste segundo turno", diz o secretário-geral da sigla em MG, deputado Durval Ângelo. Ele justifica o sentimento reinante na agremiação em função do tema "religião e aborto" dominar o centro do debate nesta segunda etapa.
No encontro, os 15 membros da Executiva presentes fizeram um mapeamento de prioridades para tentar conter no Estado um possível avanço da candidatura de José Serra à presidência. Um dos pontos elencados foi "trabalhar o voto religioso", segundo o deputado. Para isso, a sigla sairá à cata do eleitor evangélico e católico, que podem ter votado em Marina Silva (PV) no primeiro turno.
No debate travado na capital mineira, as lideranças reconheceram que há uma necessidade de mobilizar o partido sob risco de que a imobilidade dê terreno para o crescimento do concorrente tucano. Fazendo uma brincadeira com o tema religioso que domina a disputa, Durval avisa: "nesta terça-feira (12 - Dia de Nossa Senhora) não vai ter feriado nem dia santo, vamos todos trabalhar pela eleição da Dilma".
Outra decisão tomada na reunião desta segunda-feira foi pela realização, durante o final de semana, de 15 plenárias em regiões estratégicas do Estado para mobilizar militantes e filiados. A meta: "precisamos fidelizar o voto do eleitor na Dilma e apaixoná-lo na campanha". Além disso, na próxima quinta-feira (14) será realizada em Belo Horizonte uma plenária com representantes de grupos que representam movimentos sociais, como o MST e o Movimento de Luta pela Moradia. Este evento irá coincidir com a visita que Serra faz à capital mineira, no mesmo dia.
A mobilização pró-Dilma culminará na sexta-feira (15), quando são esperados na capital mineira a própria candidata e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A expectativa da campanha em Minas é que Lula volte ao Estado ao menos mais uma vez, até o dia 31 de outubro.
