O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, negou nesta quarta-feira (20) qualquer ligação do partido ou da campanha de Dilma Rousseff à presidência da República com o episódio da quebra de sigilo de lideranças tucanas e pessoas ligadas ao presidenciável José Serra (PSDB).

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo desta quarta-feira afirma que a investigação da Polícia Federal sobre as quebras de sigilo fiscal apontaria a ligação do ato à campanha de Dilma. Em nota, a PF disse não haver provas do uso dos dados em campanhas eleitorais.

"Essa quebra de sigilo não foi provocada por nós", disse Dutra. "A campanha nunca se interessou em obter esses dados, até porque nunca teve conhecimento desses dados ou de dossiês".

"O que nós podemos constatar é que caiu por terra qualquer tentativa do candidato Serra e da oposição de dar forma de estrela a esse bicho, porque esse bicho tem pena de tucano".

O jornalista Amaury Ribeiro Jr negou ter encomendado dados dos dirigentes tucanos e familiares de Serra, mas a PF afirma haver "indícios" de que teria sido ele o autor do pedido.

Apartamento
A reportagem da Folha fala ainda que Amaury teria participado de uma reunião da 'equipe de inteligência' da campanha do PT em abril deste ano, em Brasília, quando o responsável pela comunicação da pré-campanha de Dilma era o jornalista Luiz Lanzetta. E que o flat em que Amaury estava hospedado na Capital Federal era pago pelo partido.

Dutra nega a informação. "O partido repudia qualquer informação de que o PT pagou o apartamento. Não existe nenhuma pessoa do PT ou da campanha que tenha pago ou cedido apartamento para o Amaury. Se há a informação de que alguém ligado à campanha pagou, nós gostaríamos de saber, porque não temos nenhuma informação nesse sentido".

O presidente da legenda lembrou ainda que Lanzetta foi chamado para contratar pessoal para a comunicação da campanha, mas não seria o coordenador de comunicação. E que o contrato foi cancelado após as denúncias sobre a suposta 'equipe de inteligência'.