Duas das alunas envolvidas em brigas que provocaram ferimentos em outra estudante da Escola Estadual Adhemar Bolina, em Biritiba Mirim, na Grande São Paulo, se comprometeram a melhorar o comportamento em reunião que envolveu pais, alunos, professores e funcionários da escola na manhã desta quinta-feira (28). Na semana passada, uma menina de 14 anos teve escoriações no braço e ferimento na orelha após uma briga na escola.
“As mães e os pais prometeram que as meninas vão parar com as brigas, vamos dar uma chance, porque o intuito da escola é ensinar, é crescer os alunos. E não é isso tudo também que estão falando. Mas eu e outras mães nos comprometemos [a não ter outras brigas]”, disse a mãe de uma das jovens envolvidas na confusão. As adolescentes, que também participaram da reunião, confirmaram o comprometimento em evitar novas brigas a agressões.
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'Fui chamada de prostituta', diz garota agredida em escola em SP Secretaria da Educação intervém em caso de alunas que brigaram em SP Apesar disso, a reunião que durou cerca de duas horas terminou sem uma decisão concreta para acabar com o problema. “Daqui alguns dias vai sair outra reunião para ver o que vai ser feito. Por enquanto, a gente não tem resposta ainda”, disse o pai da adolescente que foi agredida, um motorista de 47 anos que prefere não ser identificado. Segundo ele, as famílias foram orientadas a não passar muitas informações à imprensa.
Antes da reunião, ele comentou sobre a angústia de ter sua filha agredida. “É difícil a gente mandar uma criança para escola e ficar naquela preocupação: será que ela vai voltar inteira? Não só a gente, como mais pais por aí.”
De acordo com o motorista, o encontro transcorreu de maneira tranquila e a próxima reunião com os pais deve acontecer em 30 dias.
De acordo com outro pai de aluna que participou da reunião – por ser integrante do conselho de pais – também foi definido que o conselho se reunirá mensalmente para acompanhar a situação. “Vai ter reunião do conselho novamente, para que venha a melhorar o acompanhamento dos pais na escola dos filhos, para que não venha a ocorrer novamente esse tipo de problema”, disse Fernando Pinto.
Na quarta-feira (27), a Secretaria de Estado da Educação informou que a Diretoria de Ensino de Mogi das Cruzes solicitou que dois professores mediadores comecem a trabalhar na escola para evitar novos conflitos. Quatro alunas envolvidas nas agressões foram suspensas.
Confusão
A confusão teve início na última sexta-feira (22) em sala de aula. Segundo a vítima, uma menina a ofendeu, chamando-a de "prostituta". Já no pátio, ela disse ter sido atacada por quatro garotas. O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) apontou escoriações na região frontal, no antebraço e um ferimento na orelha da garota.
A aluna da 8ª série que se disse alvo de chacotas disse que é vítima de bullying desde o início do ano letivo e fez um boletim de ocorrência depois de apanhar das colegas de classe. As suspeitas, no entanto, negaram ter provocado a confusão. Uma delas disse ter entrado apenas para separar a briga.
“Já me envolvi em confusão, mas dessa vez, não. Fui só separar a briga. Não foi muito, mas apanhei [na sexta-feira]”, afirmou.
A mãe da adolescente de 15 anos negou que a filha provoque confusões no colégio. “Ela até chorou de desgosto quando soube que estavam falando que ela tinha provocado a confusão”, afirmou a dona de casa. Para ela, a filha tem recebido um tratamento discriminatório na escola. “Ela já foi agredida. Fui reclamar na escola e ninguém fez nada”, disse.
A garota, porém, disse que não consegue se controlar quando é provocada. “Sabem que eu não aguento provocação. Sou esquentada”, disse ela que teve vários boletins de ocorrência registrados em 2010. Em maio, foram duas brigas com uma outra menina, o que a levou ao fórum. “Levamos um sermão. Para mim, resolveu. Para ela parece que não”, disse a garota de 15 anos.