A presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), afirmou nesta quarta-feira (3), em primeiro discurso no Planalto, que vai exigir um bom histórico dos ministros do seu governo, mas evitou antecipar nomes e disse que a discussão sobre a nova equipe ministerial não está “madura”.

- Eu vou exigir competência técnica e um histórico de pessoas que não tenham problemas de nenhuma ordem. E eu considero importante também o critério político. [...] Eu faço absoluta questão que os ministros tenham vínculos muito fortes com o Brasil e com a política que eu defendo.

Dilma negou que haja disputa entre PT e PMDB, partido que seu vice, Michel Temer, preside.

- Tenho conversado muito com o vice-presidente [Michel Temer]. O PMDB está participando de todo o processo sem conflitos. O meu vice é muito importante para garantir que haja esse enfoque.

O presidente Lula, em seu primeiro discurso após as eleições, disse que não vai interferir nem na escolha da equipe de transição nem vai indicar nomes para a futura equipe ministerial. Ele disse que o novo governo terá a “cara de Dilma” e que a continuidade “é na política, e não nas pessoas”.

Lula criticou a especulação que a imprensa tem feito em torno da distribuição de cargos, o que também ocorreu nas duas ocasiões em que montou sua equipe de ministros, em 2002 e em 2006.

- Você levanta de manhã, vê o jornal e está a fotografia de uma pessoa que você nunca pensou em colocar no governo, mas está lá como escolhida. É um samba maluco, alucinante.

O presidente afirmou que Dilma é “doutora” em assuntos como o pré-sal [para a exploração de petróleo] e que conhece tão bem a estrutura de governo que ele não pretende interferir.

A primeira reunião da equipe de transição ocorrerá sem a presença de Dilma nesta sexta-feira. Integram o grupo que vai definir os nomes do novo governo o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, os deputados federais José Eduardo Cardozo e Michel Temer e o presidente do PT, José Eduardo Dutra