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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

Notícias | Economia

Empresas de Jaraguá do Sul buscam soluções para manter produção e empregos

Com ou sem crise, as empresas de Jaraguá do Sul se definem como empreendedoras e vêem sempre o futuro como um desafio. A Agência Brasil visitou o parque industrial das principais empresas dos setores metal-mecânico, alimentício e têxtil do município catarinense para ver o que está sendo feito para amenizar os efeitos do desaquecimento da economia, como a busca por novos nichos de mercado. 


A Duas Rodas, empresa do setor de alimentos, redirecionou o foco para o mercado interno. A exportação, principalmente para a América Latina, corresponde a 15% do faturamento e teve queda de 30% por causa da crise. "Também fomos prejudicados pelos problemas no Porto de Itajaí, em decorrência das chuvas do ano passado. Isso representou aumento de custos, porque 70% das exportações passavam por lá", diz o diretor Administrativo Financeiro da indústria, Jairo Becker.

De acordo com ele, a Duas Rodas compensou a redução das exportações com a expansão das vendas para as classes C e D – consumo popular. "Em 2007, identificamos um aumento de 7% no consumo das famílias brasileiras dessas classes. Em 2008, esse aumento chegou a cerca de 6%. Foi o que nos ajudou a compensar os prejuízos que tivemos com a queda nas exportações."

Apesar de a crise não ter afetado a empresa, algumas medidas preventivas foram adotadas. "A primeira foi a de usar a inteligência das pessoas para melhorar os processos. Depois, aumentamos a velocidade de entrega dos produtos. Desenvolvemos também novos produtos para novos perfis de consumidores. Por fim, buscamos novos mercados, principalmente na América Latina e parte da Europa", explica Becker.

Na WEG, fabricante de motores elétricos, geradores e transformadores de energia e tintas, uma das primeiras medidas adotadas foi dar férias coletivas a cerca de 600 empregados nas duas áreas ociosas - eletrodomésticos e pequenos motores industriais. O segmento que apresenta melhores resultados é o de produtos de grande porte ligados às áreas de energia e infra-estrutura.

Segundo o presidente da WEG, Harry Schmelzer, os trabalhadores dessas áreas ociosas estão sendo transferidos para as de maior demanda. Não foi divulgado um número oficial de demitidos, mas o segmento metal-mecânico teve a maior perda de empregos.

"Demitir nos traz uma sensação desagradável de ir contra a história e a cultura da WEG. Enquanto outras empresas descrevem sua missão como o negócio, nós a descrevemos como crescimento contínuo e sustentável. Daí nossa estratégia de investir também no crescimento profissional de nossos trabalhadores", explica Schmelzer.

A Malwee, empresa do setor têxtil, já vinha se ajustando antes mesmo do agravamento da crise no ano passado, quando caiu a oferta de crédito dos bancos e as exportações diminuíram. "Havíamos identificado, antes mesmo do atual momento, um outro tipo de crise ligada ao crédito, que era mal utilizado no país. Mas conseguimos evitar esse tipo de problema fazendo uso exclusivamente de recursos próprios", explica o gerente de marketing da Malwee, Wilmar Raboch.

Em novembro e dezembro, a produção da Malwee caiu 20%. "Não atingimos nossa capacidade máxima de produção porque não trabalhamos com estoque. Produzimos apenas o que havia sido encomendado e isso representou, nos dois últimos meses de 2008, apenas 80% do nosso potencial", comenta Raboch.

Ele explica que a estratégia da empresa para lidar com a crise envolve "um somatório de atitudes", que vai desde o cumprimento dos prazos de entrega e o bom relacionamento com os clientes até as constantes ações na mídia. Com 6.500 funcionários, a empresa garante que não pretende demitir.

"Faremos de tudo para evitar demissões. Se a crise piorar deveremos, primeiro, reduzir a carga de trabalho e azeitar produção e venda. O último recurso será demitir, mas isso ainda está longe de ser cogitado e nossa história não nega essa nossa intenção", informa Raboch.


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