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Quarta-feira, 24 de julho de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Mais de 170 países da OMS concordam em apronfudar combate ao tabagismo

A comunidade internacional concordou em aprofundar o combate ao tabagismo e enfrentar a pressão das empresas de tabaco em países como Uruguai, processado pela Philip Morris por sua política antitabaco, em uma reunião da OMS que terminou neste sábado em Punta del Este.


"Estas diretrizes ajudarão os países a adaptar suas leis e responder aos falsos argumentos da indústria do tabaco", disse à AFP Rob Cunningham, principal analista político da Sociedade Canadense do Câncer, no fim do encontro da OMS sobre o Convênio Marco para o Controle do Tabagismo (CQCT), em Punta del Este, 140 km a leste de Montevidéu.

Após uma semana de debates, representantes de mais de 170 países concordaram em controlar os aromas adicionados aos cigarros para torná-los mais atraentes, integrar aos sistemas nacionais de saúde serviços que ajudem a deixar de fumar e apoiar atividades de comunicação para sensibilizar a opinião pública, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) em um comunicado.

"Aprovamos a regulação do aromatizantes ou aditivos (de cigarros) utilizados para aumentar a sedução para os jovens", disse à AFP Eduardo Bianco, diretor regional da Aliança para o Convênio Marco.

"Há centenas de substâncias químicas que são usadas em produtos de tabaco para torná-los mais atraentes e apontam especialmente para um público mais jovem", disse Antoon Opperhuizen, membro da secretaria da Conferência das Partes.

"As decisões tomadas pelos países soberanos que negociaram o tratado nesta semana mostram uma vontade de proteger a saúde dos cidadãos do mundo ao invés dos interesses da indústria do tabaco", afirmou em um comunicado Laurent Huber, diretor da ONG Framework Convention Alliance.

A regulamentação dos aromas adicionados aos cigarros, como chocolate ou baunilha, com o objetivo de atrair os jovens, contraria diretamente os países com produtores de tabaco, que protestaram em uma tenda em frente ao Hotel Conrad, onde ocorreu o encontro.

No início deste ano, a Philip Morris processou o Uruguai ante o Centro Internacional para Arbitragem de Disputas sobre Investimentos (CIADI), subordinado ao Banco Mundial, alegando que as medidas contra o cigarro causaram danos econômicos.

A Philip Morris (PMI) reagiu ao informe da OMS neste sábado em um comunicado divulgado em Nova York, qualificando de "falaciosos" os comentários feitos sobre sua ação contra a proibição de fumar no Uruguai, e afirmou que esta lei é "ineficaz".

"PMI não busca impedir que o governo (do Uruguai) proteja a saúde dos seus cidadãos", declarou a multinacional. "Os regulamentos que criticamos são extremos e ineficazes e criaram um ambiente que incentiva o mercado negro dos cigarros", argumentou a empresa.
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