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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Professores brasileiros ganham 40% a menos do que outros profissionais

O salário de um professor de escola pública com diploma universitário equivale a 60% ou dois terços do que recebem os demais profissionais com o mesmo nível de ensino, em média. A informação foi dada nesta segunda-feira...

O salário de um professor de escola pública com diploma universitário equivale a 60% ou dois terços do que recebem os demais profissionais com o mesmo nível de ensino, em média.


A informação foi dada nesta segunda-feira (13) pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, durante o lançamento de um estudo sobre educação lançado pelo Banco Mundial.

- O que nós estamos pretendendo para a próxima década é diminuir a diferença, se possível zerar, entre o salário médio do docente [de escola pública] com nível superior e o salário médio dos demais profissionais não docentes, porque hoje o professor ganha em média 60% do que ganham os profissionais de outras áreas.

A pesquisa do Banco Mundial conclui que, no Brasil, a carreira de professor tornou-se uma profissão de “baixa categoria”, que não consegue atrair candidatos de alto rendimento acadêmico.

- Os dados indicam que os professores são recrutados do terço inferior dos estudantes do ensino médio [os que têm notas mais baixas], contrastando com Cingapura, Coreia e Finlândia, onde os professores vêm do terço superior [com notas mais altas].

A pesquisa mostrou ainda que os professores brasileiros usam grande parte do tempo em sala de aula com atividades que não são ensinar o conteúdo, como fazer a chamada e recolher os deveres de casa, e usam pouco dos materiais de aprendizagem disponíveis.


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"Enem" para professores

Haddad criticou a forma de ingresso na carreira de magistrado e declarou que o governo pretende criar uma prova nacional de seleção, uma espécie de "Enem" para professores, conforme já havia sido anunciado em maio pelo R7.

Essa intenção está formalizada no PNE (Plano Nacional de Educação), que deverá ser enviado pelo presidente Lula ao Congresso nacional nesta quarta-feira (15).

- No Brasil, não há critério para ingresso adequado na carreira. Os concursos [para professor] são malfeitos, há muitos temporários trabalhando [pelo país]. Então, nós queremos fazer uma prova nacional de ingresso na carreira docente, e aliar isso a uma profissão mais valorizada para que, ao mesmo tempo em que melhorem as condições salariais, também haja melhora na qualificação dos profissionais.

Michele Gragnolati, diretor de operações e desenvolvimento do Banco Mundial, reafirma que o Brasil precisa valorizar os professores. Ele classifica o desempenho geral do Brasil em educação como "impressionante".

- É importante exigir o recrutamento do indivíduo de mais alta capacidade, apoiar o melhoramento contínuo da prática e recompensar pelo desempenho.

Tabu

Para o ministro Fernando Haddad, a missão de atrair jovens para se tornarem professores enfrenta outro obstáculo: o tabu de que a carreira ganha mal.

- Mesmo quando nós atingirmos um patamar adequado de salário, ainda vai ficar no imaginário da sociedade, por algum tempo, uma visão carregada pela história de que a desvantagem [de remuneração] existe. [...] Para chegar na cabeça dos jovens, que ouvem de seus pais que a profissão de professor não é interessante, para essa cultura mudar, nós vamos ter que mudar a realidade e mudar no imaginário da sociedade a visão que se tem da carreira do magistério.
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