O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Andrade, conversou nesta terça-feira (4) com o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, sobre formas de tornar a economia brasileira mais competitiva no cenário internacional. Andrade disse que o novo ministro recebeu bem os pedidos do setor industrial, mas que propostas específicas não foram tratadas nessa primeira reunião.
- Conversamos sobre a necessidade de políticas e propostas na defesa comercial para que os produtos brasileiros não sejam colocados em concorrência com países que têm condições de apoio a sua produção não baseados em condições equilibradas, mas fictícias, como câmbio manipulado, tipo China.
A excessiva valorização do real em relação a moedas estrangeiras é uma das principais reclamações do empresariado brasileiro, sobretudo do setor exportador. Com a moeda brasileira em alta, os produtos nacionais ficam mais caros em relação aos de outros países, prejudicando os exportadores.
Hoje, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, convocou uma entrevista coletiva para afirmar que não vai deixar o dólar “derreter”, indicando que poderá adotar medidas contra a valorização do real num futuro próximo. A ausência do anúncio de alguma proposta específica, entretanto, desagradou Andrade.
- [O anúncio de intenções de Mantega] não é suficiente porque a gente não se sente acalmado com a proposta de alguma coisa que a gente não sabe se vai acontecer.
Reforma tributária
Considerada uma das prioridades do governo da presidente Dilma Rousseff, a reforma tributária também foi conversada na reunião entre Palocci e Andrade, mas também nesse caso não foram discutidas propostas específicas. Para o presidente da CNI, entretanto, fazer uma reforma “em partes” pode ser a alternativa para desempacar o projeto, que é tema de discussões no Congresso desde o governo do presidente Fernando Henrique, mas nunca saiu do papel.
- Mesmo que não seja feita uma reforma ampla, algumas medidas pontuais de propostas, como desoneração de investimentos, das exportações [podem ser tratadas individualmente]. (...) [Há a experiência] de países europeus que fizeram [reforma tributária] no longo prazo e por partes. A soma de medidas parciais forma reforma completa.
Andrade criticou, ainda, o fato de cada Estado brasileiro ter uma legislação tributária diferent
