A atitude da população, no sentido de eliminar lixo e água parada no quintal, é a medida mais eficiente no combate ao mosquito transmissor da dengue e prevenção da doença. O alerta é feito pela coordenadora do Departamento de Saúde Coletiva de Rondonópolis, Djanira Logrado, que desencadeou uma ação intensiva para eliminar criadouros do vetor e manter a comunidade livre da ameaça, nesta quinta-feira (13), na região da Vila Mineira.

Djanira Logrado está convencida que as pessoas são conscientes sobre os riscos da doença, as situações que facilitam o surgimento dos focos de larvas do mosquito e as formas capazes de eliminar as infestações e evitar a dengue que pode levar à morte. No entanto, a Vigilância Ambiental registra alto incidente de focos dos vetores na cidade.

Um exemplo é o caso dos bairros Três Poderes e Ezequiel Ramim, próximos à Vila Mineira, onde foram detectados índices superiores a 4%. O Ministério da Saúde considera o índice acima de 3% como de alto risco. Diante da situação, os Departamentos de Saúde Coletiva e Atenção Básica à Saúde do Município uniram forças para desenvolver o mutirão de limpeza, orientação e cuidados com a saúde de pessoas com sintomas da doença, como febre e dor de cabeça, naquela região.

O gerente do Núcleo de Vigilância Ambiental, Edgar Prates, coordena a equipe de 50 agentes comunitários de saúde e de endemias, responsável pelo mutirão nos bairros Três Poderes, Padre Ezequiel Ramim, Vila Mineira e Dom Bosco Burnier. A equipe começou a trabalhar na manhã desta quinta-feira (13), com as visitas domiciliares para fazer a busca ativa (identificação de pessoas com sintomas da doença) e distribuição de 800 sacos de lixo.

A embalagem plástica é oferecida aos moradores para descartarem resíduos e colocarem na frente da casa até o domingo, dia 16 de janeiro. A equipe da Companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis – Coder vai fazer a coleta do lixo no período de 17 a 20 (de segunda a quinta-feira).

Os agentes de saúde vão atuar também no processo de bloqueio químico espacial para combater o mosquito transmissor da dengue e o transmissor da leishmaniose que também se prolifera nesta época do ano, devido ao ambiente úmido e escuro que surge com o acúmulo de folhas e frutos embaixo das árvores, como mangueiras e pés de acerola.

Edgar Prates destaca que o bloqueio vai acontecer principalmente nos locais que registram aglomerado de pessoas, como creches, escolas, postos de saúde (PSFs) e igrejas. Djanira Logrado explica que a preocupação dos profissionais que integram a equipe da Secretaria de Saúde do Município vai além da alta incidência registrada no período chuvoso que propicia o aparecimento dos vetores da dengue.

“Nossa preocupação é convencer as pessoas a tomarem uma atitude. Sabemos que crianças, jovens e adultos são conscientes dos riscos da doença, sabem como a dengue é transmitida e o que é necessário fazer para combater. Portanto, o que mais queremos é uma atitude da comunidade. O combate da dengue não é responsabilidade só do Poder Público. Os focos do mosquito estão dentro do nosso quintal. Portanto, somos todos responsáveis pela incidência da doença e as ações para combater a dengue”, alerta.

Além de eliminar lixo e água parada no quintal da casa, Djanira Logrado chama a atenção dos moradores para atuarem como fiscais no controle da dengue, nos bairros onde moram. “Queremos que as comunidades sejam fiscais da vizinhança. As lideranças comunitárias têm um papel muito importante nesse processo”, destaca.

Trabalho intensificado

A ação conjunta desenvolvida pelos Departamentos de Saúde Coletiva e Atenção Básica à Saúde estimulou as Agentes Comunitárias de Saúde que atuam no PSF da Vila Mineira. A equipe está disposta a intensificar o trabalho de orientação e conscientização comunidade, com relação aos riscos da dengue e as formas de combater a doença.A agente Dejanete Santos antecipa que o trabalho do dia-a-dia vai ser desenvolvido com maior ênfase para reverter a situação do alto índice de vetor da dengue na região.

Edgar Prates anuncia que outra meta da Vigilância Ambiental é eliminar focos do mosquito da dengue nas unidades de educação, antes do início do ano letivo. A principal medida é fazer o bloqueio químico em todas as escolas. Os presídios da cidade também vão receber a aplicação de inseticida para bloqueio químico dos focos de proliferação do mosquito transmissor da doença.

O mutirão de limpeza e combate à dengue que teve início na Vila Mineira, na manhã desta quinta-feira (13), prossegue até a terça-feira, dia 18 de janeiro. A previsão era realizar todos os trabalhos no prazo de dois dias. Mas, a chuva constante prejudicou as atividades de visita domiciliar e bloqueio químico. Diante disso, a coordenadora Djanira Logrado decidiu prolongar a ação até a próxima semana.