O prefeito de Novo Santo Antônio, Waldemir Antônio da Silva (PMDB), é alvo de várias investigações do Ministério Público Estadual e já responde a 23 ações. Dentre elas, o chefe do Executivo é acusado de desviar dinheiro da administração municipal para pagar despesas de campanha. Ele também teria pago a custas médicas pessoais e  do filho com recursos da prefeitura.

Na época da campanha, em 2008, o empresário Ricardo Borges da Cunha, dono do laboratório Vita D’Cor, em Goiania, teria financiado a candidatura de Waldemir para Prefeitura, porém para receber o dinheiro emprestado teria feito notas frias como prestação de serviço para Prefeitura de Cuiabá.

O empresário compareceu espontaneamente à Promotoria de Justiça de São Félix do Araguaia e prestou depoimento informando ter comprado uma caminhonete e entregue a Waldemir em março de 2008, na época pré-candidato e logo após as eleições fez um empréstimo de R$ 5 mil. O dinheiro foi depositado na conta de Luiz Coutinho, filho de Vivaldo Coutinho.

Após várias tentativas de receber o valor, o prefeito procurou o empresário e “disse que só poderia pagar o valor se fizesse notas fiscais do laboratório e deveriam estar desmembradas”.

Ricardo e sua sócia Andreia Gonçalves de Araújo fabricaram duas notas fiscais frias, nos valores de R$ 3.212 e R$ 2.788 e só assim receberam o montante de R$ 6 mil, equivalente ao empréstimo de R$ 5 mil e mais R$ 1 mil referentes a encargos da dívida.

Além disso, o prefeito pediu para que emitissem outra nota fria para o pagamento da caminhonete usada pelo prefeito durante a campanha. A nota foi emitida no valor de R$ 3.500, porém nunca receberam nada referente ao veículo. O empresário denunciou também que Waldemir teria solicitado a compra de cinco pneus para a caminhonete e a nota foi emitida em nome da Prefeitura. 

Quanto às despesas médicas, consta da nota feita pela Santa Casa da Misericórdia de Goiânia em nome da Prefeitura de Novo Santo Antônio, no valor de R$ 14.457,89, os serviços de internação e até diárias de Unidade de Tratamento Intensiva (UTI), medicamento e exames foram custeados pela administração municipal.

Em carta de correção, assinada pelo supervisor de Caixa/Negociação da Santa Casa, a nota é referente ao tratamento do paciente Marcos Henrique Noleto Tavares, filho do prefeito, que ficou internado no passado, e também de Waldemir que teria ficado internado em 2009.

As denúncias foram encaminhadas ao Olhar Direto pelo proprio vice-prefeito da cidade, Geraldo Victor de Freitas (PTB), e por ex-secretários que renunciaram aos cargos no ano passado, ao constatarem as irregularidades na Prefeitura.

A reportagem do Olhar Direto tentou falar com o prefeito, mas o número informado na Prefeitura não existe e, conforme informaram, o chefe do Executivo estava viajando. Waldemir já havia sido afastado em outubro do ano passado, sob acusação de denúncias de corrupção ativa e desvio de dinheiro do município. O pedido foi protocolizado pela promotora Maria Coeli Pessoa de Lima da comarca de São Felix do Araguaia e deferido pelo juiz Marcos Antônio. 

Porém, apesar do afastamento ser de 90 dias, em 15 dias o prefeito já havia retornado ao cargo. A promotora do caso, também foi procurada pelo Olhar Direto, mas preferiu não se pronunciar sobre o assunto. Segundo informações de moradores da cidade, Maria Coeli estaria andando sob a segurança de policiais, devido ameaças feitas pelo9 prefeito.

Mais informações em instantes. Primeira atualização às 18h22

Veja os documentos: