Um grupo de estudantes de Mato Grosso ficou frustrado com a falta de atuação do Ministério Público Federal (MPF) contra o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pela prova do Enem.

O jovem Luis Fernando Martins, que pretende cursar Medicina na Universidade Federal de Mato Grosso, informou ao Olhar Direto que no dia 14 de fevereiro foi até a sede do MPF, acompanhado de um grupo de oito estudantes, com o intuito de solicitar uma nova correção das provas de redação. Isso porque, segundo ele não há critérios muito bem definidos e acabam prejudicando os alunos.

A reclamação chegou a ser aberta e acabou ganhando o respaldo de outros estudantes, que também procuraram auxílio junto ao MPF. O procurador da república responsável pelo caso chegou a enviar uma nota ao Inep solicitando uma resposta do instituto no prazo de 24 horas.

“Mesmo sem obter nenhuma réplica, o procurador resolveu não entrar com ação para evitar o conflito de decisões, já que no Ceará acatou o recurso do MPF e garantiu aos estudantes o direito de acesso às provas com a devida correção. No Pernambuco, o MPF também ingressou com ação para garantir o direito dos estudantes, somente em Mato Grosso que não obtivemos sucesso”, explicou o estudante revoltado.

Os estudantes chegaram a ingressar com um mandado de segurança, porém o Inep conseguiu cassar todas as liminares e os alunos terão de aguardar a decisão de mérito, que deverá demorar cerca de um ano, ou seja, o prejuízo não terá como ser evitado, uma vez que terão de continuar fazendo cursinho e aguardando um novo vestibular ou uma nova prova do Enem para tentar novamente o ingresso à universidade.

“O nosso MPF-MT não é participativo no que é de interesse da população, ao contrário do MPF do Ceará que sempre analisa os pedidos dos estudantes com rapidez para que não sejam prejudicados. E através de recado gostaria de pedir a ajuda da imprensa na divulgação desse pedido que fizemos, pois, dessa maneira, talvez possamos ''agitar'' o MPF para que se interessem em defender nossa causa com mais rapidez. Infelizmente aqui no Brasil as coisas ainda precisam ser assim, tem que aparecer na mídia para que se resolva”, declarou ao Olhar Direto.

Outro lado

A assessoria do MPF explicou que apesar das unidades estaduais o órgão é um só em todo o país, portanto com o ingresso de ações advindas dos estados do Ceará e do Pernambuco não haveria necessidade de Mato Grosso propor nova ação, pois poderia acabar prejudicando ainda mais o estudante, obtendo uma terceira decisão.

Ainda de acordo com informações da assessoria, a continuidade da ação acabaria gerando prejuízo ao órgão, uma vez que a ação proposta pelo estado do Ceará estende a decisão a estudantes de todos os demais estados.

Sugestões de pautas

Esta reportagem foi sugerida pelo internauta Luis Fernando através do Fale Conosco. Caso tenham outras sugestões podem enviar para equipe do Olhar Direto através do email eureporter@olhardireto.com.br ou direto pelo espaço do Fale Conosco.