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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Notícias | Política BR

Policiais e técnicos encontram escutas na Assembleia do Paraná

Uma equipe formada por policiais civis e técnicos de uma empresa de segurança terceirizada que presta serviços à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) encontrou neste sábado (5) três equipamentos de escuta clandestina na sala reservada da presidência da Casa, em uma sala de reuniões e na sala do chefe de gabinete da primeira secretaria.


A equipe também encontrou amplificadores e duas placas que transmitem áudio. Uma com alcance de 10 metros, o que fez a equipe técnica suspeitar que as gravações seriam enviadas para uma sala do quarto andar da Assembleia Legislativa. O local é o único com alarme e chave tetra da instituição. A outra placa permite que a gravação seja enviada para um receptor que esteja até cinco quilômetros de distância.

De acordo com informações dos técnicos especializados em sistemas de escutas, pela qualidade dos equipamentos usados era possível ouvir até cochichos. O valor destes materiais varia de R$ 20 mil a R$ 30 mil. “É uma demonstração do grau de bandidagem a que estávamos submetidos”, afirmou o presidente da Alep, deputado Valdir Rossoni (PSDB).

Desde sua posse, ele determinou o fechamento da gráfica e a exoneração de 300 funcionários. Entre eles 50 agentes de segurança, que segundo o presidente, recebiam altos salários, tinham familiares, com cargos comissionados na instituição, e coagiam os parlamentares.

Quando questionado sobre a participação na instalação dos equipamentos da equipe de segurança que foi exonerada, Rossoni afirmou que eles são, no mínimo, responsáveis. “Foram negligentes no trabalho ou coniventes com o crime”, declarou o presidente da Alep.

O advogado do Sindicato dos Servidores Legislativos Enoche Buscariol afirmou ao G1 que a entidade desconhece a existência dos aparelhos de escuta e que nenhum membro do sindicato tem entrada permitida na Assembleia há cinco dias.

Escuta ilegal ou bloqueio de ligações


O delegado da Central de Operações Policiais Especiais (Cope), Alexandre Marcorin de Lima, destacou que a aparelhagem encontrada poderia ser utilizada para escuta ilegal ou para bloqueio de ligações de celulares. Caso a perícia confirme a segunda hipótese, não há irregularidade. Mas o delegado mencionou que a existência de microfones nos aparelhos indica que a finalidade seria escuta ilegal.

A varredura na instituição foi determinada pelo presidente Rossoni e pelo primeiro secretário, deputado Plauto Miró (DEM) porque, de acordo com o deputado Miró, no dia em que o cofre da sala de segurança foi aberto, foi descoberto um equipamento de bloqueio de ligações.

De acordo com Rossoni, apesar dos equipamentos não terem passado por uma perícia, os técnicos puderam afirmar que as escutas foram instaladas nos últimos 30 dias, data que coincide com a divulgação de que o deputado seria o mandatário da Casa.
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