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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

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Vereador pede impeachment de prefeito de Manaus

O vereador Joaquim Lucena (PSB) entrou com um pedido de impeachment contra o prefeito Amazonino Mendes na Câmara Municipal de Manaus, nesta sexta-feira (25). Uma discussão com uma moradora de área de risco motivou a atitude do vereador.


Na segunda-feira (21), o prefeito visitou a comunidade Santa Marta após a morte de três pessoas em um desmoronamento de terra. A moradora se aproxima do prefeito e afirma que não tem condição de ter uma moradia digna. Ele responde: “Minha filha, então, morra, morra.” Depois, o prefeito pergunta de onde a moradora é. Ela afirma que é do Pará. “Então, pronto. Tá explicado”, disse o prefeito.

“Ele falou de uma forma grosseira, ignorante, prepotente e arrogante. Baseado na Lei Orgânica do município, no artigo 81, e naquilo que ele fez, que considero desrespeito e racismo, pois ele expôs nossa cidade para o resto do Brasil, eu dei entrada no pedido de impeachment”, afirmou Lucena ao G1.
Segundo Lucena, o artigo 81 da Lei Orgânica de Manaus diz que o prefeito será processado e julgado na medida em que proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo.

“Foi [uma atitude] preconceituosa. O cidadão não pode escolher onde nasce, mas pode morar em qualquer lugar do Brasil, onde ache que é melhor para viver. Aqui temos paraenses, paulistas, mineiros, nordestinos e alguém que ocupe esse cargo não pode expressar esse tipo de preconceito e arrogância ao se relacionar com a população”, afirmou Lucena.

De acordo com o vereador, a presidência da Câmara vai encaminhar o pedido para a procuradoria. Até terça-feira (1º), o pedido será colocado em votação no plenário e, se aceito, será criada uma comissão para que os trabalhos sejam iniciados. Será aberto, então, o prazo para que o prefeito faça sua defesa e seja colocado em votação se o mandado dele será ou não cassado.

“A minha posição é que a Câmara não pode se omitir diante de um fato tão grave praticado pelo prefeito da cidade, que não pode ter uma postura antiética para o cargo que exerce. É obrigação da Câmara discutir a postura desse cidadão”, disse.

Outro lado
A Secretaria de Comunicação de Manaus disse que a prefeitura ainda não foi informada sobre o caso e não vai se posicionar oficialmente sobre a questão por enquanto.

Em nota divulgada mais cedo, nesta sexta-feira, a Secretaria informou que o prefeito disse na quinta-feira (24) que “foi mal interpretado” e que não teve intenção preconceituosa durante a discussão com a moradora. A nota ainda informa que o prefeito disse que durante a discussão quis chamar a atenção para a ocupação de áreas de igarapés e encostas em Manaus.

De acordo com o texto, “o prefeito atribuiu o episódio ao desequilíbrio do momento, onde os ânimos estavam exaltados por conta da tragédia ocorrida na madrugada de domingo.”
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