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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

Notícias | Educação

RJ: calor em salas de aula gera onda de protestos

O forte calor em salas de aula está provocando vários protestos entre estudantes. Depois da mobilização de alunos do Colégio Pedro II de São Cristóvão, no início da semana, nesta quinta foi a vez de 800 alunos do Ensino Médio de duas escolas estaduais em Bangu, na zona oeste, protestarem contra a falta de climatização nas unidades.


Com nariz de palhaço e cartazes, cerca de 300 jovens do Colégio Leopoldina da Silveira se recusaram a assistir às aulas no turno da manhã. Eles seguiram em passeata até o Colégio Bangu, na Estrada do Engenho, onde se uniram a outros 500 estudantes, que boicotaram as aulas do turno da tarde.

Aos gritos de "aluno suado quer ar-condicionado" e "chega de caô, não queremos mais calor", os manifestantes receberam apoio do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) e ficaram mais de três horas em frente à escola. O clima ficou tenso, pois a direção da unidade só permitia a saída dos poucos alunos que haviam entrado com a presença de responsáveis. Revoltados, alguns gritaram que estavam "presos" e foram para as janelas, se abanando com cadernos, em sinal de adesão ao protesto. Alguns pularam o muro para sair da escola.

Gambiarras
"As manifestações vão se repetir até que resolvam de vez o problema", disse Chayene Rosa, de 18 anos, uma das representantes de turma do Colégio Bangu, que tem aparelhos de ar condicionado nas cerca de 30 salas há mais de um ano, mas não funcionam. "Na nossa escola (Leopoldina da Silveira), a situação é absurda. As salas só têm ventiladores, mesmo assim, a maioria é velha e funciona com gambiarras", comentou outro estudante.

Em abaixo-assinado com 570 assinaturas, alunos do Colégio Bangu também se queixam da superlotação das salas - algumas com mais de 60 estudantes, segundo eles - e da má qualidade da água. Denunciam bebedouros sujos e infestados de pombos. "Assim como outros colegas, já tive problemas gastrointestinais", lamentou adolescente do 1º ano do Ensino Médio.

TCE aponta irregularidades
A assessoria de imprensa do Tribunal de Contas do Estado informou na quinta que aguarda a defesa da secretaria de estado de Educação em relação à notificação encaminhada pelo plenário do órgão, que, em inspeção feita em 2010, apontou indícios de possíveis irregularidades na implementação do Projeto Climatizar. Ao todo, o estado destinou R$ 18,1 milhões ao programa, que, por meio de pregão eletrônico, ficou sob responsabilidade da Bello Engenharia e Serviços. Em nota, a secretaria reafirmou que a Empresa de Obras Públicas vai repor cabos elétricos para ar-condicionado nos próximos dias. Quanto à Leopoldina da Silveira, alegou que o prédio da unidade está "em fase de aquisição".
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