O secretário de Estado de Saúde, Pedro Henry (PP), informou que as mudanças na pasta têm incomodado os cartéis existentes no setor e o governo gasta dez vezes mais do que o necessário com os serviços público de saúde do atual modelo de gestão.

Henry garantiu que não tem nenhuma pretensão de privatizar a saúde, mas explicou algumas mudanças que pretende implantar, o que tem incomodado algumas pessoas que estão na chamada “zona de conforto”.

“Sempre que falo em mudanças incomoda muita gente que quer continuar na zona de conforto, mas teremos de enfrentar esse cartel e mostrar que precisa mudar”, afirmou em entrevista logo após a reunião com parlamentares.

Henry explicou que pretende realizar convênios com Organizações Sociais de Saúde (OSS) para gerir os hospitais, pois o custo da administração destas unidades é muito alto. Ele ressalta ainda que a parceria não irá entregar o bem público à OSS, tudo permanecerá de poder do Estado.

“A privatização é quando vendemos o bem público à uma empresa. Estou propondo uma parceria com as organizações e tudo que for adquirido será bem do estado. Se a organização comprar um botão, ele será do Estado. As OSS não têm interesse econômico, não ganha dinheiro e não há prejuízo. Não haverá demissões, aproveitam-se os cargos e eu defendo essa parceria porque gera economia na administração que é a mais cara e não tem resultado”, afirmou.

Como exemplo do alto custo dos serviços, Henry mostrou os gastos do Hospital Regional de Rondonópolis em 2010. De acordo com os dados apresentados pelo secretário, a unidade hospitalar gastou R$ 48.691 milhões com Serviço Único de Saúde, enquanto, em verdade o gasto poderia ser de R$ 5.859 milhões. Ao todo, o gasto foi oito vezes maior do que o necessário.

Sobre as reclamações dos médicos, Henry informou que iria se reunir com o sindicato na noite de hoje para apresentar as mudanças e dar segurança à categoria, que não será prejudicada.