O presidente da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado José Riva (PP), confirmou há pouco a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar irregularidades nas concessões para exploração de centrais hidrelétricas em Mato Grosso. Além disso, admitiu que existe forte pressão sobre os parlamentares para que a CPI não seja instaurada.

“Temos recebido denúncias com constância de irregularidades consistentes, que respaldam a instalação da CPI, sobretudo porque está havendo um tratamento desigual nesse setor. Mais ainda, está havendo um desrespeito ao Poder Legislativo por parte da Sema (Secretaria de Estado do Meio Ambiente)”, sentenciou Riva, em entrevista concedida no Palácio Paiaguás, logo após audiência com ministro Fernando Bezerra da Integração Nacional.

A possibilidade de instalar a CPI foi adiantada pelo Olhar Direto. A reportagem apurou que a Assembleia chegou a ter 20 assinaturas para a instalação da CPI, mas diante as fortes pressões externas, apenas 11 deputados ainda mantêm as assinaturas para a abertura do inquérito.

De acordo com o líder progressista, a pressão vem da Sema, comandada pelo coronel Alexander Maia, e adianta que o Legislativo precisa cumprir com o seu papel de fiscalizar os atos do Poder Executivo. Até agora, porém, não há nenhuma acusação contra o atual secretário, como reiterou o parlamentar.

A CPI deve ser criada na próxima terça-feira (15) após reunião dos membros do Colégio de Líderes. Apesar de a Sema já ter encaminhado à AL alguns documentos sobre as usinas, Riva acredita que é preciso apurar as denúncias de que o tratamento não tem sido igualitário na licença para exploração das riquezas naturais.

Desafio

"Maia está preocupada à toa porque não estamos o investigando. A Assembleia não quer nenhum bode espiatório", declara Riva, ao desafiar o secretário da Sema a dar "nome aos bois" quando diz que há deputados envolvidos na concessão de licenças para a construção de PCHs.

Atualizada às 15h21