O senador Pedro Taques (PDT) quer mesmo fazer valer seu voto e convocou aos colegas para refletir sobre a atuação do parlamento nesta nova legislatura ao declarar que os senadores têm agido apenas como “meros carimbadores do Executivo”. Ele defendeu a liberdade e a independência do Poder Legislativo e o fim do maniqueísmo.
Mesmo pertencendo à base aliada, o pedetista já enfrentou o governo federal na votação do salário mínimo e aproveitou o discurso do senador Aécio Neves (PSDB), que anunciou uma oposição firme à gestão da presidente Dilma Roussef (PT) na sessão dessa quarta-feira (6), para fazer um a parte e pedir o fim da filosofia do bem e do mal.
“Precisamos acabar com o maniqueísmo na política, com o relativismo ético. Política sem ética é roubalheira. A sociedade lá fora quer saber se o país que ela vive é justo, livre e igualitário”, discursou.
O parlamentar ressaltou ainda que é preciso deixar o passado e pensar no futuro pra que alguma coisa mude, arquitetando uma estratégia conjunta para que mudanças concretas sejam feitas. Para ele, a estratégia mais urgente seria a “liberdade e a independência do Poder Legislativo”. “Em mais de cem dias não passamos de meros carimbadores do Executivo”, completou.
O senador mato-grossense também enfatizou que um dos deveres do Legislativo é fiscalizar as ações do Executivo. Para Taques, tal atribuição deve ser feita independente da bandeira partidária.
O a parte foi merecedor de elogios por parte do senador Aécio Neves, que, em sua opinião, o ex-procurador é uma dos nomes de maior respeito da Casa e um dos nomes de certamente maior destaque da nova geração de políticos brasileiros.
Vetos
Pedro Taques também solicitou à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) um cronograma em comum entre o Senado e Câmara Federal para discutir os vetos presidenciais. O senador Demóstenes Torres (DEM/GO), outro entusiasta do tema, confirmou que em encontro de líderes partidários definiu-se que Sarney negociará a elaboração do cronograma de votação com o presidente da Câmara, deputado federal Marco Maia.
