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Segunda-feira, 29 de julho de 2024

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Em alta no Palmeiras, artilheiro Kleber sonha com semestre perfeito

Foto: Agência Estado

Em alta no Palmeiras, artilheiro Kleber sonha com semestre perfeito
Quando 2010 chegou ao fim, a fisionomia do atacante Kleber era de desânimo no Palmeiras. O time havia sido eliminado da Copa Sul-Americana dentro de casa para o Goiás, e não se via perspectivas para quem havia trocado o ajustado Cruzeiro pelo clube com o qual se identificou com a torcida.


Mas 2011 chegou e, com a nova temporada, novos ares... Hoje, o Palmeiras vive nova fase: lidera o Campeonato Paulista, faltando uma rodada para o fim da fase de classificação, acaba de receber Wellington Paulista para o ataque, e seu camisa 30 curte seu melhor momento técnico desde que surgiu na vida dos palmeirenses, em fevereiro de 2008. O bom humor é tão grande que ele está de bem com a vida com o grupo (assista no vídeo abaixo as piadas do Gladiador).

- Nosso time está certinho, jogando sempre da mesma maneira, sofrendo poucos gols. Dá para sonharmos com coisas maiores, sim. Mas é claro que, para a gente ganhar algum título, vamos ter que correr e suar muito mais, como na partida contra o Santos - conta Kleber, autor do gol da vitória no clássico passado, pela 17ª rodada.

Na cabeça dos jogadores é possível dar voos maiores, como chegar o mais longe possível na Copa do Brasil. E Kleber sabe que o sucesso na competição nacional pode levá-lo para o lugar que tanto sonha: a Seleção Brasileira, do técnico Mano Menezes.

- Já pensou? - disse ele.

Capitão e goleador

Os números comprovam o bom momento do Gladiador: em 17 jogos, 11 gols marcados, seis cartões amarelos e nenhuma expulsão. Aquele jogador, famoso por jogar com o cotovelo levantado, deu lugar a um atleta mais participativo, decisivo, e que é o novo dono da braçadeira de capitão, até mesmo quando o ídolo Marcos está em campo.

- Sinto que há uma confiança do grupo em mim, mas também porque mudei. Estou mais calmo hoje e já adaptado ao futebol brasileiro. Na Ucrânia, era tudo diferente, a força era diferente - defende-se.

Aos poucos, Kleber está deixando de ser apenas um brigador, para se tornar também goleador. Em sua primeira passagem pelo Verdão, em 46 jogos, fez apenas 12 gols - média de um a cada quatro jogos. No ano passado, foram dez gols em 27 jogos, após o alto investimento feito pela diretoria, que pagou € 3 milhões (hoje o equivalente a R$ 6,8 milhões) para tirá-lo do Cruzeiro e obter 50 % do valor da sua multa rescisória.

- O número de gols neste ano poderia ter sido maior. Teve um jogo (contra o Comercial-MS, pela Copa do Brasil, no Pacaembu) que eu me machuquei com 15 minutos. Naquele dia, eu tinha certeza de que faria pelo menos um e deixaria minha média mais alta - lembra ele, que tem oito no Paulistão e está dois atrás de Liedson e Elano, os artilheiros até agora.

No Palmeiras, recorde a caminho

Kleber está perto de alcançar, no Palmeiras, a sua maior marca de gols na carreira. O atacante, aos 26 anos, só defendeu quatro clubes - São Paulo (nove gols), Dínamo-UCR (37 gols), Cruzeiro (38 gols) e Palmeiras (33 gols). Se marcar mais seis gols, o Verdão vai tornar-se o local onde mais fez gols, em oito anos como profissional.

Além disso, o jogador em breve vai completar cem jogos pela equipe, desde sua primeira passagem, em 2008. No último sábado, não atuou da partida contra o Grêmio Prudente (vitória por 2 a 0), pois estava suspenso - recebeu seis amarelos neste Paulistão.

Ficou fora de apenas quatro jogos na temporada, dois por causa de um problema muscular e dois por suspensão. Expulsões? Só uma, desde que voltou ao clube, no Brasileirão passado.

- Estou mais tranquilo, mas as pessoas têm que entender que, em algumas situações, o atacante usa o braço para se defender, não para agredir um zagueiro. O Neymar, por exemplo, deu uma cotovelada no Cicinho (no clássico entre Santos e Palmeiras), mas aquilo não foi deslealdade, ele usou o braço para se proteger porque estava com a bola. O mesmo acontece comigo às vezes. Ou alguém acha que o zagueiro, quando chegar, vai aliviar porque estou com o braço para baixo? - explica.

Piadas, broncas e parceria com o Mago

Desde que voltou ao Palmeiras, Kleber tornou-se uma das principais referências no elenco. É o jogador que ora cobra os atletas, ora vira o pivô de brincadeiras e polêmicas. Durante o empate com o Corinthians no Brasileirão de 2010, Kleber desentendeu-se com um jogador que não está mais no Verdão. Os dois discutiram e quase chegaram às vias de fato no vestiário do Pacaembu, no intervalo. Outro companheiro também "falou mais alto" com o Gladiador neste ano, depois do empate com o São Caetano no ABC.

O camisa 30 também possui um estreito relacionamento com as torcidas uniformizadas do Verdão, o que o torna um dos escudos do grupo. Foi ele quem foi bater na porta da sala do ex-diretor Wladimir Pescarmona, no fim de 2010, para cobrar explicações, depois de o dirigente vir a público criticar o grupo, após a eliminação para o Goiás na Copa Sul-Americana. Ali, defendeu os jogadores e cobrou maior proteção nos momentos de crise. E, na hora da raiva, disse poderia ser negociado, caso a diretoria estivesse insatisfeita com ele.

- Algumas coisas não podem sair de dentro do nosso ambiente. Houve uma conversa entre nós, fomos cobrados, a diretoria estava certa, mas não se pode vir a público e falar o que foi falado, nem expor o grupo - relembra.

Valdivia é um dos seus amigos dentro do grupo. Recentemente, os dois trocaram brincadeiras pelo Twitter - ferramenta de que é adepto desde o fim de 2010. Primeiro, Kleber pendurou a calça do chileno no meio do vestiário, que respondeu fotografando a placa do seu carro, que ele adulterou. A amizade vai além dos treinos e dos jogos, já que ambos são parceiros nas concentrações.

- A gente pouco se fala no quarto, porque um dorme mais que o outro - conta, sorrindo.

O meio-campo Patrik é um dos pupilos do Gladiador. Constantemente manda mensagens em seu celular, para falar dos seus lances nos jogos.

- Há dias recebo mensagens do Patrik falando do passe que deu para o gol contra o Santos. Vou ouvir isso para o resto da vida... Mas até ele tocar aquela bola, eu tinha xingado ele o jogo todo - diverte-se.

- Você sabe o apelido dele? O Patrik no grupo é chamado de "Barriga de Cavalo". Dá uma olhada como ele é barrigudo! - brinca.

Felipão: após polêmica, só elogios

Felipão e Kleber demoraram para falar a mesma língua no Palmeiras. Apesar da admiração mútua, eles só passaram a se entender há pouco tempo, justamente depois do maior atrito.

Irritado com algumas críticas do técnico via imprensa ao elenco, sobre a ausência de um goleador, o camisa 30 retrucou o treinador pelo Twitter, dizendo que ele só criticava, em vez de defender os jogadores. Com categoria, o campeão mundial minimizou a polêmica no dia seguinte e se entendeu com o craque, que pediu desculpas, nos corredores da Academia de Futebol.

- Vejo, no máximo, um atacante melhor que o meu no Brasil hoje. Um jogador com as características do Kleber, pode procurar que você não acha. Ele é guerreiro, difícil de marcar e está presente em todos os jogos - elogiou Felipão, em sua recente participação no programa "Arena SporTV".

Kleber, por sua vez, também tem elogiado muito o treinador. O Gladiador está satisfeito com a maneira como a equipe está atuando, especialmente pelo fato de o Palmeiras sofrer poucos gols - cena rara nos últimos anos. No Paulistão, foram seis em 17 partidas, números que tem tirado a pressão do ataque palmeirense, que mesmo não sendo tão efetivo, possui o segundo melhor saldo do estadual.
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