Chove forte na Granja Comary, em Teresópolis. Os jogadores da Seleção concedem entrevistas na zona mista ao lado do campo para uma multidão de repórteres que tentam escapar da água. Dentro dele, Dunga prepara com precisão o primeiro treino da equipe.

Muito antes dos jogadores aparecerem, o técnico já estudava os exercícios ao lado do auxiliar Jorginho. Quer aproveitar os três dias na cidade para ajeitar a Seleção que enfrenta o Equador, domingo, em Quito, e o Peru, quarta-feira, em Porto Alegre, pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa de 2010.

Dunga quer continuar o bom momento que vive no comando do time, um dos melhores desde que assumiu o cargo no segundo semestre de 2006. Foram altos e baixos e muitos questionamentos, mas os últimos resultados foram positivos.

"Quando se perde é uma opinião, quando se ganha é outra. Acredito que o torcedor tenha respeito pelo nosso trabalho. E uma das funções do treinador é tomar frente da situação quando se perde", analisa.

As últimas vitórias fizeram o respeito pelo treinador aumentar. Seu cargo deixou de ser ameaçado, como vinha sendo uma constante após tropeços diante da torcida nas Eliminatórias.

A goleada por 6 a 2 diante de Portugal em novembro do ano passado, somado ao belo desempenho na vitória por 2 a 0 contra a Itália, em Londres, no mês passado, garantem a tranqüilidade para Dunga trabalhar neste momento.

Agora, Dunga precisa retomar as boas atuações nas Eliminatórias. E logo de cara no Equador, país onde a Seleção jamais se saiu vitoriosa. "Sempre que tem algo a ser quebrado, tem alguma coisa a mais. Temos de fazer nossa parte para nos aproximarmos da classificação", emenda.