O corte orçamentário de mais de R$ 1,5 bi feito pelo Governo à Polícia Federal recebeu duras críticas do deputado federal Júlio Campos (DEM/MT), segundo o qual esse contingenciamento tem deixado as fronteiras brasileiras desprotegidas e reféns do narcotráfico, contrabando de armas e também de terroristas.

De acordo com o parlamentar, que é presidente da Frente Parlamentar Mista dos Municípios e de Apoio aos Prefeitos e Vice-Prefeitos do Brasil (Fremaprev), esse corte já tem sido sentido pelos agentes e delegados da PF, que relatam sofrer com problemas elementares: o fechamento de um posto na fronteira com o Peru.

“Os servidores reclamam da falta de recursos para fazer manutenção e abastecer viaturas e até para compra de coletes à prova de balas”, destaca Júlio Campos.

Além das fronteiras, o contingencionamento compromete a Operação Sentinela da Força Nacional de Segurança e a Polícia Militar nos estados brasileiros. Segundo o superintendente da PF do Amazonas, Sérgio Fontes, em função do contingenciamento o projeto será levado somente até aonde os recursos permitirem.

O Vant, que faz a fiscalização com avião não tripulado, é outro programa prejudicado. O posto de Eirunepé, no Amazonas, já foi fechado. No Pará, a patrulha que fazia a fiscalização do rio Amazonas foi retirada.

A superintendência em Mato Grosso do Sul, houve redução de 60% do efetivo nas delegacias de Ponta Porã e Corumbá, fronteira com Paraguai, e várias blitzes foram suspensas. Segundo o sindicato dos policiais, a delegacia de Ponta Porã trabalha hoje com menos da metade do efetivo que operava em 2010.

Com o contingenciamento, houve também prejuízos a segurança da fronteira do Rio Grande do Sul, tendo em vista que o corte de pessoal foi de 50%. Em Porto Mauá e Porto Xavier há somente quatro agentes para 150 quilômetros de rio que divide o Estado com a Argentina.