O senador Jayme Campos (DEM/MT) mandou um recado “sutil” ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, com relação aos crônicos problemas para a distribuição dos recursos públicos da União aos estados e municípios. Padilha participou nesta quarta-feira (4), por mais de duas horas, de uma audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, que é presidida pelo senador mato-grossense.

“Às vezes o filho grita, mas nem sempre o pai escuta”, disparou Campos ao lembrar da situação caótica que a saúde de Mato Grosso enfrenta e das poucas providências adotadas pelo governo federal para reduzir as desigualdades regionais.

Jayme Campos citou o alcoolismo com um dos problemas mais sérios enfrentados no Estado, onde, segundo o senador, o consumo de bebida alcoólica teve um aumento de 18% no último ano.

Campos chamou a atenção do ministro para a falta de médicos em 56 dos 141 municípios mato-grossenses e destacou que estados como Mato Grosso, com grandes distâncias territoriais, enfrentam inúmeras dificuldades para atender as populações que vivem mais distantes das pequenas e médias cidades.

“Há municípios que ficam distantes cerca de 1600 quilômetros de Cuiabá. Em alguns casos, as pessoas andam mais de 700 quilômetros para encontrar uma ponte asfaltada. Há problemas de infra-estrutura que o ministério deveria relevar para poder enviar mais recursos”, alertou o presidente da CAS.

Questionado pelos senadores sobre diversos problemas a serem enfrentados pelos estados, Alexandre Padilha disse que o Ministério da Saúde vive um momento “decisivo” para a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS).

Padilha disse que conhece a realidade vivida no interior dos estados por ter sido médicos residente na região de Santarém, no Pará. “Ser ministro da saúde é o maior desafio da minha vida”, revelou.