Ao assumir uma cadeira na Assembleia Legislativa, Carlos Avalone (PSDB), que é dono de cinco Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH’s), disse não temer a investigação feita pelos demais colegas do parlamento e garantiu que nunca foi favorecido. Ele alegou sempre ter encontrado dificuldade e acabou recorrendo à justiça para conseguir a concessão das PCH’s. O tucano assumiu a vaga deixada por Guilherme Maluf (PSDB) que apresentou pedido de licença médica por 121 dias.

“As minhas PCH’s todas elas tiveram de ser resolvidas na justiça, no STF (Supremo Tribunal Federal). Tive invasões de índios, problemas com Ministério Público Estadual (MPE), em tudo. As minhas (PCH’s) estão fáceis de investigar e podem investigar a vontade, porque não tive nenhuma facilidade, só muita dificuldade. São cinco PCH’s lá no Rio Juruena e sou proprietário com 5% da sociedade”, afirmou logo após ser empossado deputado na manhã desta quinta-feira (5).

Avalone admitiu que as PCH’s de sua propriedade não passaram pelo crivo da assembleia, conforme determina a Constituição Estadual e defendem os parlamentares. Porém, ele alega que existe uma lei que regulamenta e exige que apenas usinas acima de 30 megawatts passem pelo legislativo, devido aos impactos ambientais. Como só é considerada PCH abaixo de 30, nenhuma passou pela análise dos deputados.

Porém, o empresário do ramo de energia elétrica justificou ainda que a culpa não é dos empresários, pois caberia à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) encaminhar os procedimentos ao legislativo. Avalone ainda se propôs a ajudar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com informações técnicas e elogiou a atuação dos deputados.

“Eu como entendo do assunto, conheço sobre usinas e PCH’s, vou estar a disposição deles (deputados) para ajudar. Investigar é um função dessa casa, e ninguém pode se sentir incomodado por ser investigado ou estar investigando”, rebateu, ao ser questionado sobre o fato de ser um dos investigados pela CPI.