Nesta terça-feira (10), o clínico geral Arnaldo Lichtenstein, do Hospital das Clínicas, tirou mais dúvidas que chegaram pela internet sobre refluxo. Pessoas com o problema podem apresentar uma digestão ruim, rouquidão crônica, tosse contínua, dor, soluço, entalos constantes, perda de peso considerável sem causa aparente e sangue pela boca.

O tratamento inclui remédios que inibem a produção de ácido pelo estômago ou esvaziam o órgão mais rapidamente. Afora a medicação, é recomendado emagrecer, não comer e deitar logo em seguida, não comer muito em cada refeição, evitar cigarro e álcool em excesso, e não consumir os alimentos “proibidos” para o refluxo, como chocolate, café, leite e frutas cítricas.

A endoscopia e outros exames ou métodos clínicos podem identificar o problema. Comer muito rápido tem uma relação indireta com o refluxo, porque quem faz isso come mais e engole pedaços maiores de alimentos, o que favorece a produção de suco gástrico. Estômago cheio e com muito ácido pioram a situação.

Ainda não está claro para a medicina se as aftas são causadas pelo refluxo ou se ocorrem pela ingestão de alimentos ácidos que também desencadeiam o problema gástrico, destacou o médico. A origem raramente é hereditária, mas famílias com sobrepeso podem ter mais tendência, por causa do meio em que vivem e dos hábitos que mantêm.

O clínico geral destacou que um profissional especializado deve receitar remédio contra refluxo, se for o caso. Segundo ele, a dose, a duração do tratamento e a interação do medicamento com outros devem ser avaliados caso a caso.

A cirurgia é indicada quando outros tratamentos foram tentados, sem sucesso. Se houver uma hérnia de hiato, no esôfago, com mais de 2 centímetros, é feita uma cirurgia minimamente invasiva, por videolaparoscopia, e o paciente tem alta em um ou dois dias. O Sistema Único de Saúde (SUS) também faz esse tipo de operação, que não mexe no estômago, e a recuperação é rápida. Recomenda-se que a pessoa perca peso antes do procedimento para que ele seja mais eficaz.

Por fim, Lichtenstein disse que grávidas costumam ter mais refluxo porque fica com todo o organismo mais frouxo, inclusive a musculatura do diafragma.