O empresário Josino Pereira Guimarães, preso pela Polícia Federal acusado de envolvimento em uma farsa sobre a morte do juiz Leopoldino Marques do Amaral, revelou ao seu advogado de defesa, Waldir Caldas, ter sido surpreendido com a prisão e estar perplexo com a decisão do juiz da 7ª Vara Federal de Mato Grosso, Paulo Sodré.

Eu estive com ele (Josino) hoje (10) pela manhã e ele está perplexo, pois há alguns dias ele se apresentou ao juiz e se colocou a inteira disposição”, afirmou Caldas em entrevista ao Olhar Direto. O empresário está preso na Cadeia Pública da Mata Grande, em Rondonópolis (219 km de Cuiabá).

Josino teve a prisão decretada juntamente como delegado da Polícia Civil Márcio Pieroni, ambos acusados de terem armado uma farsa para levantar a hipótese de que o magistrado, morto em setembro de 1999, estaria vivo para beneficiar o empresário que irá à júri ainda este ano tido como mandante do assassinato de Leopoldino.

O advogado contestou ainda os motivos que levaram o juiz federal decretar a prisão, já que, segundo ele, há três semanas Josino esteve em Cuiabá para prestar depoimento à Polícia Federal e foi até o gabinete de Sodré para se colocar a disposição.

“Ele (Josino) se apresentou espontaneamente à prisão. Se devesse ele não iria lá (Polícia Federal) nunca. A prisão foi desnecessária e uma decisão extrema”, pontuou o advogado, que pretende ingressar com habeas corpus de revogação da prisão preventiva.

Além de Josino e do delegado, foram denunciados Cloves Luiz Guimarães, irmão do empresário, o investigador da Polícia Civil Gardel Tadeu Ferreira de Lima e o detento Abadia Paes Proença pelos crimes de formação de quadrilha armada, denunciação caluniosa, falsidade ideológica, fraude processual, interceptação telefônica para fins não autorizados em lei, quebra de sigilo funcional e violação de sepultura.