O governo do Estado de Mato Grosso ainda não tem uma data definida para descontingenciar o Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2009, segundo informaram fontes das secretarias da área econômica (Planejamento, Fazenda e Administração), na manhã de hoje, para o Olhar Direto.

"Vamos manter o contingenciamento em níveis de 30% porque ninguém aindan tem uma noção da dimensão exata dos efeitos da crise financeira mundial sobre a economia estadual, que tem o agronegócio, especialmente a soja, o carro-chefe", declarou uma fonte fazendária, lembrando que o "represamento" do OGE já chegou a 50% do valor total.

De acordo com uma segunda fonte da Secretaria de Planejamento (Seplan), o comportamento das receitas tem sido altamente favorável, mas o governador Blairo Maggi exigiu "cautela máxima" até junho, data-limite para que o setor agrícola receba suas linhas de financiamento.

Como 80% da safra estadual era financiada pelas tradings, que hoje enfrentam sérios problemas de crédito no volátil mercado internacional, e ainda não se tem uma garantia de financiadores substitutos, a exigência de Maggi é mais do que compreensível.

"Nós já sentimos muito com a redução no setor algodoeiro e na quebra de alguns frigoríficos, que entraram com pedidos de recuperação judicial. São dois setores importantes em que a roda está meio travada. Na soja, isso não ocorreu ainda, a não ser as perdas com o excesso de chuvas nesta reta final da colheita. Portanto, temos que esperar mais um pouco", avalia uma terceira fonte da Sefaz.

Estimado em R$ 7,47 bilhões, o Orçamento de 2009 pode ser menor do que o de 2008, cuja arrecadação final ficou acima dos R$ 8,5 bilhões. "Tudo vai depender das linhas de crédito. Se os produtores conseguirem créditos mais em conta, poderemos até superar a arrecadação do ano passado, mas esse é um cenário otimista, porque a crise só não é mais forte no Estado porque a demanda mundial pela soja continua forte", analisa a mesma fonte