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Terça-feira, 23 de julho de 2024

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Palocci 'deu as informações que tinha para dar', diz Sarney

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou nesta segunda (6) que o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, "deu as informações que tinha para dar" sobre sua evolução patrimonial durante entrevistas na última sexta-feira (3).


Depois de deixar o comando do ministério da Fazenda, em 2006, Palocci abriu uma empresa de consultoria, a Projeto. De acordo com o jornal "Folha de S.Paulo", o ministro faturou pelo menos R$ 20 milhões até 2010 e ampliou seu patrimônio em 20 vezes entre 2006 e 2010, quando era deputado federal.

Alheio às críticas sobre a resistência do ministro da Casa Civil em divulgar a lista de clientes de sua empresa, Sarney afirmou que a interpretação sobre se as declarações atenderam a expectativa da opinião pública "é um assunto passional". Palocci concedeu entrevista de 50 minutos à TV Globo e também foi entrevistado pelo jornal “Folha de S.Paulo”.

“Não digo que [as explicações em entrevistas na sexta] atenda as expectativas da opinião pública, porque esse é um assunto passional, que envolve a oposição e [as pessoas] se posicionam de uma maneira ou de outra, mas ele deu as informações que tinha para dar”, disse Sarney ao chegar no Senado nesta manhã.

No dia 18 de maio, Sarney afirmou que o caso envolvendo o ministro da Casa Civil estava encerrado, porque a Comissão de Ética Pública da Presidência da República havia declarado que não tinha motivos para investigar Palocci. No mesmo dia, Sarney também disse que Palocci, ao enriquecer no ramo de consultorias tinha “feito o que todos já fizeram” quando deixaram funções públicas no governo.

"Não há problema nenhum em ter exercido essas atividades [de consultorias]. O ministro Palocci é um homem competente e não está fazendo nada mais do que os outros todos já fizeram quando deixaram funções públicas. A função pública desaparece, mas ele não deixa de ser o grande conhecedor da sua área”, afirmou Sarney.

Segundo revelou o jornal "Folha de S.Paulo" em 15 de maio, Palocci ampliou o patrimônio em 20 vezes entre 2006 e 2010. De acordo com o jornal, Palocci comprou um apartamento de luxo no bairro dos Jardins, em São Paulo, por R$ 6,6 milhões, registrado em novembro de 2010 em nome da empresa de consultoria Projeto, da qual o ministro possui 99,9% do capital. Um ano antes, segundo o jornal, Palocci comprou um escritório na cidade por R$ 882 mil. O imóvel, segundo a reportagem, também foi registrado em nome da Projeto.

‘É um problema dela’
Questionado sobre e eventual demissão do cargo caso a Procuradoria Geral da República decida investigar o enriquecimento de Palocci, Sarney afirmou que a decisão de demitir o ministro é da presidente Dilma Rousseff.

“Esse é um problema dela [Dilma, em esperar as informações do PGR para tomar uma decisão]. Evidentemente, ela, com algumas medidas de prudência, deve naturalmente esperar as explicações do procurador-geral da República porque, se o procurador tomar uma posição criminal [de investigar Palocci], passa a ser uma questão de natureza jurídica”, avaliou Sarney.

Aluguel
Sobre as denúncias da reportagem da revista “Veja” publicada na edição deste final de semana revelando que o ministro-chefe da Casa Civil aluga um apartamento em São Paulo que está registrado em nome de uma empresa cujo principal sócio seria um "laranja", Sarney adotou a versão apresentada por Palocci em nota divulgada no fim de semana.

“Acho que essa nova acusação, que pesou sobre ele a respeito do seu apartamento, acho que ele não tem culpa nenhuma. Acho que como a propriedade não é legalmente constituída a culpa é da imobiliária que alugou o apartamento”, argumentou Sarney.

Segundo a revista, o laranja que aparece como dono do apartamento onde Palocci mora com a família é um ex-funcionário da Prefeitura de Mauá, que atualmente vive na periferia da cidade e que chegou a declarar não ter bens em seu nome.

Na manhã de sábado (4), a Casa Civil da Presidência divulgou nota afirmando que o ministro “não pode ser responsabilizado por atos ou antecedentes do seu locador” e informando que os contratos foram intermediados por uma imobiliária.
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