O presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), desembargador Rui Ramos, avalia que a recente denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra magistrados de Mato Grosso, por envolvimento em um suposto esquema de venda de sentenças na Justiça Eleitoral e no Tribunal de Justiça (TJMT), não é nada positivo e espera que o caso seja resolvido ‘o mais rápido possível’.

No ponto de vista de Ramos, qualquer denúncia trata de uma hipótese e, por isso, a expectativa de que o caso, envolvendo desembargadores, juízes e advogados do Estado, seja solucionado. “Toda denúncia produz uma hipótese de determinados fatos. É evidente que ninguém fica satisfeito”, afirmou o magistrado.

Rui Ramos assumiu ‘mandato tampão’ no TRE, quando o ex-presidente Evandro Stábile foi afastado por suspeitas de envolvimento no suposto esquema, que veio a tona com a deflagração da Operação Asafe, em maio do ano passado. Na época ele ocupava o cargo de vice-presidente e corregedor do Pleno. Em janeiro Ramos foi reconduzido.

Em abril deste ano, o MPF ofereceu denúncia contra todos os suspeitos de envolvimento no suposto esquema de "comercialização" de decisões. Além de pedir ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a perda dos cargos dos desembargadores Evandro Stábile, José Luiz de Carvalho, Carlos Alberto Alves da Rocha; e os juízes Círio Miotto e Eduardo Henrique Migueis Jacob, que era jurista do TRE.

Na época em que foi deflagrada a operação a PF cumpriu oito mandados de prisão. Dos detidos durante a operação, cinco eram advogados acusados por supostas práticas de exploração de prestígio, corrupção ativa e passiva e formação de quadrilha. Também houve o cumprimento de 30 mandados de busca e apreensão na residência de juízes e desembargadores.