O deputado Júlio Campos (DEM/MT) fez um apelo dramático para que a presidente da República, Dilma Roussef, e os ministérios de Relações Exteriores e da Defesa façam um acordo urgente com o presidente da Bolívia, Evo Morales, sobre o decreto daquele país que regulariza veículos sem documentação. Na visão do deputado e de outros parlamentares, o ato institucionaliza o contrabando de carros roubados no Brasil e a entrada de drogas pelas fronteiras brasileiras.

“Os meus protestos ao governo boliviano por essa atitude insólita e brutal que está tomando em favor do crime, do roubo e da corrupção”, protestou Júlio ao pedir que diante da decisão sejam reforçadas a segurança nas fronteiras do Brasil com a Bolívia por meio da Polícia Rodoviária Federal e do Exército Nacional para atuarem juntamente com os policiais militares de Mato Grosso no combate ao aumento de roubos de carros e outros crimes.

Para o deputado, a celeuma não foi criada somente com o Brasil, mas alarma outros países vizinhos, como a Argentina e o Paraguai.

“Os roubos já são alarmantes em Mato Grosso. Essa Lei causará sério problema de segurança ao nosso estado e a todo o território nacional. Não é possível um país vizinho que se diz ‘democrático’ fazer uma Lei como essa, sem dar uma correspondência efetiva à segurança de seus vizinhos, como é o caso do Brasil”, acrescenta Júlio.

Mato Grosso, de acordo com o parlamentar, tem mais de 700 quilômetros de fronteiras seca com a Bolívia e a ausência de policiamento transforma o estado em corredor para esse tipo de prática do contrabando. O estado ainda tem como peculiaridade o fato de praticamente toda a sua fronteira ser em área rural, o que dificulta o trabalho de fiscalização.

Júlio alerta que já é amplamente divulgada a existência de um sistema organizado de encomendas de modelos de carros para serem levados e comercializados na Bolívia.

“A medida adotada por Evo Morales pode encorajar uma série de contravenções que vão além do aumento das ocorrências de roubo de veículos, como tráfico de drogas e armas e golpes nos seguros, modalidades criminosas que podem pegar carona nessa nova lei”, explica o parlamentar.