Apesar de temer pela vida, andar com segurança e já ter sido vítima de ameaças, o juiz da 2ª Vara Criminal de Várzea Grande defende a aplicação de penas alternativas e reconhece que o sistema penitenciário não recupera as pessoas condenadas.
“A cadeia não resolve, não recupera ninguém. Cadeia é para psicopatas que não conseguem viver em sociedade”, afirmou durante entrevista coletiva realizada na manhã desta quinta-feira (30).
O magistrado vive no limite andando com um policial militar, responsável pela segurança dele, não tem residência fixa, passando por hotéis e casas de colegas, mas mesmo assim acredita que ainda é possível mudar a atual realidade do país e aposta na nova legislação que entra em vigor no próximo mês.
Segundo o juiz, será possível aplicar penas que restrinja a atuação do “bandido” como, por exemplo, puni-lo a ficar sem celular, ou não chegar próximo de caixas eletrônicos, entre outras ações que servirão como medidas alternativas, na tentativa, de reduzir a superlotação dos presídios.
Mesmo sendo vítima da insegurança, já que teve sua casa “invadida” por um homem que lhe fez uma ameaça de morte e lhe enviou um recado do presídio de Santo Antônio (cadeia para policiais condenados), o magistrado defende que a sociedade tem de confiar na polícia.
“A vida de um juiz é um sacerdócio e o juiz está no limite. O estado precisa de mais policiais. Podem percorrer as delegacias, e eu lanço esse desafio, para ver como anda as delegacias. Hoje, trabalha-se apenas em flagrante delito, porque os inquéritos estão parados”, afirmou.
*O nome e a imagem do juiz não foram divulgados a pedido do próprio magistrado para preservar sua integridade.
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