A cada dia surgem novas drogas no mercado, colocando a sociedade em alerta. Com o aumento cada vez maior do número de usuários, identificado nas últimas décadas, o assunto ganhou maiores proporções e a dependência química se tornou um dos grandes desafios da saúde pública em todo país. Na contramão desse processo, o Governo do Estado sancionou na quinta-feira (30) a Lei 9.568, de autoria do deputado Sérgio Ricardo, que institui o Programa Estadual para tratamento de dependentes químicos em Mato Grosso.

Conforme Sérgio Ricardo, o objetivo do programa é a prestação de atendimento ambulatorial ao dependente químico da rede pública, assegurada a realização de exames necessários e a atenção psicológica ao dependente com acompanhamento social. “Esta Lei é de grande interesse da sociedade. Ela vai possibilitar o desenvolvimento de políticas públicas e atividades direcionadas ao Tratamento de Dependentes Químicos, oferecendo tratamento pleno ao dependente e, principalmente, sua reinserção na sociedade”, afirmou o deputado.

A Lei estabelece ainda a adoção do tema “prevenção à dependência química” como complemento curricular nas escolas estaduais e a flexibilização do horário escolar na rede pública estadual para o dependente químico em tratamento, além de ações destinadas às famílias.

“A dependência química se constitui em problema grave, pois mesmo o álcool e o cigarro, drogas lícitas e de uso comum, produzem danos à saúde, com altíssimo grau de dependência”, observou Sérgio Ricardo.

Em Mato Grosso o tratamento para dependentes químicos é realizado no Hospital Adauto Botelho. Lá a realidade é preocupante, pois, segundo Sérgio Ricardo, o hospital que deveria atender somente pacientes com distúrbio mental, acaba tendo que cuidar de dependentes químicos. A maioria dos ocupantes dos leitos do Adauto Botelho são viciados que tem vagas garantidas por meio de mandado de segurança. Outra unidade de tratamento no Estado está localizada em Rondonópolis- Hospital Psiquiátrico Paulo de Tarso. Da mesma forma que o Adauto, a unidade de Rondonópolis não atende somente dependentes químicos, pois pessoas com transtornos mentais também disputam vagas para o tratamento.

Como forma de fortalecer e proporcionar mais opções para o tratamento dos dependentes químicos no Estado, recentemente, o deputado Sérgio Ricardo apresentou projeto de lei que dispõe do credenciamento de comunidades terapêuticas em Mato Grosso.

Pelo projeto, a política de funcionamento tem a finalidade de articular, integrar, organizar e coordenar as atividades relacionadas com o tratamento dos pacientes com transtornos decorrentes do uso ou abuso de substâncias psicoativas, e até mesmo a reinserção dos pacientes á sociedade.

Atualmente, as comunidades terapêuticas utilizam-se de conhecimentos, instrumentos e técnicas científicas, na área da saúde mental, social e física, para o atendimento ao usuário que busca ajuda para o tratamento.

“A grande maioria das comunidades terapêuticas do Estado tem desempenhado papel fundamental no processo de recuperação dos dependentes químicos (Álcool e Drogas), porém carecem de investimentos para realizar tal função”, defendeu Sergio Ricardo ao apontar que a maioria dessas comunidades é de origem religiosa (católica, espírita, evangélica).

Dados- Relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) comprova que o tráfico de drogas é o responsável pela maioria das ocorrências policiais no país. Por estar localizado na rota do tráfico, o Brasil conta com um numero considerável no consumo de drogas nos últimos anos. A cocaína, por exemplo, já possui mais de 900 mil usuários. Além disso, a ONU já classificou mais de 40 tipos de entorpecentes produzidos em laboratório.

“Precisamos agir de forma integrada para combater o trafico de drogas como também proporcionar condições de tratamento para os dependentes químicos. Assim, vamos conseguir minimizar a triste realidade que assola nossa sociedade e que tem levado nossos jovens a criminalidade”, completou Sérgio Ricardo.