O vereador de Cuiabá, Roosivelt Coelho (PSDB), denunciou que a aprovação a toque de caixa, da criação da agência municipal reguladora da água (AMA), se tratou de uma manobra ‘suja, imoral e nojenta’, por parte da mesa diretora da Câmara Municipal, com aval do Poder Executivo da Capital.

Segundo o legislador, como a Prefeitura Municipal havia convocado uma audiência pública para o mesmo horário da sessão, os parlamentares resolveram suspender os trabalhos para poder acompanhar o debate referente à criação da AMA. Mas, de acordo com Coelho, tudo não passou de uma grande armação já que enquanto ele, o vereador Lúdio Cabral (PT), e Tiago Nunes (PSDB), declaradamente contrários a privatização da Sanecap, debatiam sobre a criação da Agência, os vereadores da base governista foram voltando um a um ao plenário, reabriram a sessão ,votaram e aprovaram a criação da AMA.

O projeto, encaminhado pelo Palácio Alencastro em caráter de urgência, foi aprovado e já deve ser sancionado na tarde desta terça pelo prefeito em exercício, vereador Júlio Pinheiro (PTB). “Nunca vi uma manobra tão suja e imoral como essa. E venho a público externar minha indignação. Fomos enganados”, disse.

O projeto aprovado abriu caminho para a concessão da prestação de serviços sobre a distribuição da água para empresas privadas. “Essa agência reguladora vai funcionar semelhante à Ager (Agência Reguladora de Serviços Delegados de Mato Grosso), que apenas regula o serviço prestado pelas empresas privadas no setor do transporte público no Estado”, argumenta o vereador Domingos Sávio, único parlamentar presente na sessão que votou contra o projeto.

Sávio conta que votou contra a proposta porque não teve tempo, assim como os demais vereadores, de se aprofundar nos estudos do projeto. A criação da agência, segundo ele, é mais um passo a caminho da concessão do serviço de fornecimento de água para a iniciativa privada. “Essa lei dá plenos poderes a essa agência. Ela pode fazer o que quiser da água de Cuiabá”, explicou o peemedebista.