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Quinta-feira, 25 de julho de 2024

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Acordo salva fusão que criou BRF

A BRF Brasil Foods, empresa resultante da compra da Sadia pela Perdigão, ficou arranhada, mas está salva. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou ontem a operação de união das duas gigantes do setor de alimentos, com restrições. A principal delas determinou a venda de um terço dos ativos da BRF, que respondem por receita anual de R$ 1,726 bilhão, e a suspensão das marcas Perdigão e Batavo em alguns produtos, que rendem R$ 1,241 bilhão. Essas restrições correspondem a 13,1% da receita líquida da BRF, de R$ 22,68 bilhões em 2010.


"Foi um bom acordo, que revelou maturidade dos dois lados", afirmou ao Valor José Antônio do Prado Fay, presidente da Perdigão, que desde maio de 2009 tenta convencer as autoridades da área de concorrência de que a existência da BRF não contraria interesses do consumidor nem constitui intransponível barreira de entrada para indústrias no setor.

O caso é emblemático não só porque testa os limites para a disposição do governo petista de criar grandes multinacionais verde-amarelas, mas porque esta operação foi conduzida por uma empresa aberta, com capital pulverizado, para salvamento de outra operacionalmente excelente, porém quebrada por uma aventura financeira. "A Perdigão colocou US$ 2,5 bilhões na Sadia naquele momento e em um mês a empresa teve seu caixa recomposto", lembra Fay. Se o Cade tivesse sido radical e, como propôs um de seus conselheiros, decidido pela venda da marca Perdigão, teria sido um desastre para a companhia. A operação de salvamento teria mantido em pé um ativo para o futuro concorrente.

A BRF não pode criar nova marca para ocupar o espaço das marcas perdidas. Até março de 2012 terá de se desfazer das marcas Rezende, Wilson, Texas, Tekitos, Patitas, Escolha Saudável, Light Ellegant, Fiesta, Freski, Confiança, Doriana e Delicata. Terá também de investir nelas até vendê-las, pois, se perder participação de mercado, pagará multa de até R$ 25 milhões por ponto percentual perdido.

A Batavo será suspensa por quatro anos só na linha de alimentos processados, como mortadelas e salsichas. A suspensão da Perdigão vale por três anos para presuntos suínos cozidos, apresuntados, afiambrados, linguiças curadas, paio e o "kit festa suíno". Os salames Perdigão estão suspensos por quatro anos. Já as lasanhas, pizzas congeladas, quibes, almôndegas e frios da Perdigão terão de sair do mercado por cinco anos.
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