O acesso ao Ensino Médio Integrado à Educação Profissional (Emiep) cresceu 1.240% em Mato Grosso no período de quatro anos (2007/2011). O atendimento teve início com a implantação em cinco unidades escolares. Hoje são 62, compreendendo um universo de 8 mil estudantes de 40 cidades. Os dados são da Gerência de Ensino Médio Integrado, da Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc/MT).
Seguindo as metas para 2012, está prevista a ampliação da oferta que será estendida a outras sete unidades em sete municípios, totalizando 47 cidades atendidas em 69 escolas da rede estadual de ensino.
A Seduc iniciou a implantação do Emiep em 2007 com a proposta de integrar conhecimento teórico e a prática. Hoje, Mato Grosso oferta dez cursos nas áreas de informática, administração, vendas, comércio, meio ambiente, agroecologia (para escolas indígenas, do campo e quilombola), secretariado, serviços de restaurante e bar e hotelaria. Atualmente existem 82 cursos em funcionamento.
“Nosso grande desafio ainda é o da integração curricular e combate a evasão escolar”, explica o gerente do Emiep, Hércules Assunção. Na prática, as unidades que ofertam o Emiep contam com a figura do professor articulador que trabalha para efetivação desse processo.
Diante desse cenário, a Seduc realizará um seminário em sete polos (Água Boa, Campo Verde, Lucas do Rio Verde, Colíder, Tangará da Serra, Mirassol D'Oeste e Cuiabá) sobre o Emiep, que abordará as seguintes temáticas: Avaliação da implantação do Emiep e a Integração Curricular. “A partir de setembro daremos início a essa atividade”, pontua Hércules.
Diante da complexidade do processo e da meta de sempre melhorar a educação e propiciar a ampliação da oferta, representantes da Secretaria Estadual de Educação de Mato Grosso (da Superintendência de Educação Básica e da Superintendência de Diversidades Educacionais ) e do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) integram uma comissão de estudo visando atender as novas demandas de Emiep. “Hoje temos uma grande dificuldade para a contração dos profissionais que atuam em áreas técnicas e essa cooperação irá nos ajudar frente a essa realidade”, explica a coordenadora do Ensino Médio, Elisabeth dos Santos Rezende de Almeida.
Vivência
O conhecimento adquirido em sala de aula refletido na prática diária faz parte da história da estudante Roselaine Dias, de 16 anos. Matriculada na Escola Estadual Ouro Verde, em Alta Floresta, ela dissemina a aprendizagem a seus familiares. “Como, por exemplo, na melhoria do processo de manejo de pastagens”, explica. Roselaine e sua família possuem um sítio e sobrevivem da pecuária. “O que eu aprendo aqui aplico na terra, na minha casa. O curso é bastante interessante, prático”, resume. Roselaine está matriculada no período vespertino, mas em razão das aulas do Emiep frequenta a unidade escolar, uma vez por semana, também pela manhã.
A E.E.Ouro Verde oferta dois cursos técnicos: agroecologia e de administração rural e o índice de evasão evidencia que a proposta empregada atende aos anseios da população tendo com o base os ínfimos índices de evasão. A primeira turma de agroecologia teve início com 24 estudantes e hoje possui 23. “Isso porque o aluno deixou a cidade e não por desistência do curso”, explica a coordenadora pedagógica Evanilda Pinheiro de Souza.
O Ensino Médio Integrado à Educação Profissional é fomentado por meio do programa Brasil Profissionalizado e já atende 24 estados brasileiros.
