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Terça-feira, 23 de julho de 2024

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Senadores dispensam carro oficial e recorrem a táxi e veículo próprio

Foto: Divulgação

Senadores dispensam carro oficial e recorrem a táxi e veículo próprio
O Senado publicou edital nesta semana anunciando licitação para escolher a empresa que passará a alugar veículos para uso dos senadores ao custo de R$ 5,9 milhões ao ano. Segundo dados da Casa, cada um dos 81 veículos custará aos cofres do Senado R$ 6,1 mil mensais. O objetivo é se desfazer da frota de carros oficiais que é antiga. Segundo o primeiro-secretário da Casa, Cícero Lucena (PSDB-CE), a venda representará uma economia já que a Casa deixará de cobrir os custos de manutenção dos automóveis.


No entanto, o G1 encontrou exemplos dentro do próprio Senado de que o carro oficial poderia deixar de ser utilizado sem causar prejuízo à atividade parlamentar.

Além do já falecido senador e ex-presidente da República Itamar Franco (PPS-MG), que costumava utilizar o próprio carro para ir ao Senado – um modelo antigo do Honda Civic dirigido pelo motorista da Casa –, os senadores petistas Eduardo Suplicy (PT) e José Pimentel (CE) também dispensaram o benefício.

Sem carro próprio em Brasília, Pimentel é cliente fiel dos taxistas que trabalham no ponto da chapelaria do Congresso. Avesso ao uso de veículos oficiais desde os tempos de ministro da Previdência, ele surpreendeu um motorista dos quadros da pasta certa vez, quando entrou no surrado Fiat Uno e pediu para que ele o levasse até o ministério.

“A nossa agenda em Brasília envolve trabalho dentro do Senado, nas comissões permanentes, audiências nos ministérios e eventos promovidos por entidades. Esse deslocamento pode ser feito perfeitamente de táxi. Entendo que esses recursos, se forem investidos na aquisição de ambulâncias e transporte escolar, têm mais alcance social do que ficando para atender mandato de senador", avalia Pimentel.

Kadet 1998
Um dos mais antigos parlamentares em atividade na Casa, Suplicy conta que abriu mão do carro logo que chegou ao Senado, em 1991. Ele dirige até hoje o próprio veículo para ir ao Congresso. Suplicy tem um Kadet ano 1998, duas portas, compartilhado com assessores na rotina de compromissos em Brasília.

“Quando chego em Brasília, um dos meus assessores pega o Kadet e vai me buscar no aeroporto.”

“Inúmeras vezes já dei carona para senadores, pessoas do PT. Para a Marta[Suplicy, senadora e ex-mulher dele], certa vez, já como senadora, voltando de um ministério em que estávamos diversos senadores, uma vez ela voltou comigo do ministério para o Senado”, relata Suplicy.

Quando precisa ir a algum evento oficial e o local não conta com estacionamento, Suplicy leva junto um assessor, que o deixa na entrada do local.

“Se preciso ir a alguma cerimônia onde é difícil estacionar, alguém me leva e traz o carro.”

O único problema em guiar o carro, para Suplicy, é o que ele classifica de “excesso de radares de velocidade” nas ruas da capital federal.

“O pessoal que trabalha comigo fica meio bravo porque, como aqui em Brasília tem muito radar, essa semana recebi uma multa de trânsito por estar a 68 quilômetros de velocidade, só oito quilômetros a mais, então recebi uma multa. Então, aqui em Brasília, de vez em quando ocorre uma multa de trânsito por causa de tanto radar.”

Frota antiga

Segundo o primeiro-secretário do Senado, Cícero Lucena (PSDB-CE), a troca de frota vai representar economia significativa de recursos, já que a Casa gasta cerca de R$ 17 milhões por ano para manter a frota, que já tem oito anos de uso.

"Os carros estão consumindo mais combustível, estão gastando mais peças, estão tendo custo elevado de mão de obra para a manutenção”, justificou Lucena.

Cada veículo de parlamentar está avaliado, em média, entre R$ 14 mil e R$ 15 mil. O primeiro-secretário disse que vai fazer um levantamento de todos os gastos com transportes na Casa.

"Feito esse diagnóstico, o que pode ser feito para torná-lo mais eficiente num menor custo. Aquisição, locação? Vamos dimensionar para tomar a decisão."

Os novos carros
Segundo edital publicado pelo Senado, os 81 veículos que serão alugados pela Casa serão utilizados no “transporte dos senadores da República no desempenho de suas funções constitucionais, dentro do espaço de atuação do Distrito Federal”.

Os novos carros terão de responder a uma série de especificações: “veículo sedan, cor preta, zero quilômetro, potência mínima (ABNT) de 140 CV, cilindrada mínima 2.0, quatro portas, direção hidráulica ou elétrica, ar-condicionado, vidros com acionamento elétrico nas quatro portas, travas elétricas nas quatro portas, airbag duplo frontal e lateral, sistema de freios a disco nas quatro rodas, ABS e EBD nas quatro rodas”.

Os carros também terão de ser equipados com “película anti-vandalismo nos vidros laterais e traseiro com transparência mínima prevista em lei, bancos com revestimento em couro, encosto de cabeça em todos os bancos dianteiros e traseiros com regulagem de altura, áudio CP Player com tomada auxiliar-in compatível com IPod, IPhone, CD-RW, MP3, WMA e AAC”.

Segundo o edital, as especificações “são compatíveis com a grande maioria dos veículos da categoria sedan médio ou superior, existentes no mercado”.
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