O vereador Toninho de Souza (PDT) afirma que foi traído pelo então prefeito em exercício Julio Pinheiro (PTB) na semana passada, quando a lei que cria a Agência Municipal de Regulação dos Serviços de Água e Esgotamento Sanitário (Amaes) foi enviada e aprovada em caráter de urgência na Câmara Municipal. Agora Toninho tenta articular uma maneira de reverter a lei.
“O Júlio Pinheiro nos disse que o projeto em questão apenas criaria uma agência reguladora, o que nós somos favoráveis, mas nos escondeu que ela expressamente privatiza a Sanecap (Companhia de Saneamento da Capital). Me sinto traído”, disparou em entrevista coletiva à imprensa.
Toninho afirma que aprovou a mudança na legislação por acreditar na boa fé do presidente da Câmara. “Como era um projeto encaminhado em regime de urgência, nós vereadores não recebemos uma cópia. Só batemos o olho, vimos que se tratava da criação da agência, acreditamos no Júlio Pinheiro e aprovamos”, admite.
“Não cometi um crime, cometi um erro político”, defende-se. Agora Toninho tentará revogar a lei aprovada na Câmara. Ele argumenta que tentará conversar com os outros vereadores para reverter a aprovação. Caso a medida não surja efeito, assinaturas já estão sendo recolhidas para uma lei de iniciativa popular chegar à Câmara anulando o que foi aprovado.
Vale ressaltar que Toninho faz parte da base de sustentação do prefeito Chico Galindo na Câmara Municipal. No entanto ele afirma que não pode compactuar com o “atropelo” que ocorreu no processo de aprovação da lei. “Cometi um erro político e estou botando a minha cara a tapa”, finalizou.
Momentos antes de a coletiva de imprensa do vereador Toninho começar em seu gabinete na Câmara, o prefeito Chico Galindo dizia, em sua coletiva no Alencastro, que não há motivos para revogar a lei, uma vez que ela foi aprovada pela maioria dos vereadores. O prefeito defende que as discussões sejam feitas no momento de preparação do edital, que deve ser colocado na praça em até 45 dias.