Representantes do Movimento de Preservação da Cachoeira do Prata destacaram na noite desta segunda-feira (18), em Rondonópolis, que até meados de agosto devem protocolar no Ministério Público do Estado uma ação contra a construção de quatro Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH’s) no Rio do Prata, em Juscimeira, no Sul do Estado.
Também chamados de “Amigos da Cachoeira”, o grupo saiu de Juscimeira para participar de uma reunião com a ONG Rede Ambiental, de Rondonópolis. O intuito foi pedir apoio e a união de forças contra a construção das PCH’s.
Apesar da CPI das Hidrelétricas da Assembléia Legislativa já ter solicitado a suspensão das construções à Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) até que alguns pontos sejam esclarecidos, os moradores ainda temem que a obra aconteça.
Conforme José Félix Campos, um dos moradores de Juscimeira, o grupo vai realizar na data provável de 27 e 28 de agosto um fórum para debater o andamento da questão. Juscimeira tem cerca de 12 mil habitantes e forte potencial turístico devido a existência da Cachoeira do Prata e de fontes de águas termais.
A maior dificuldade no momento, segundo ele, é que a população não teve acesso aos documentos das quatro usinas e sem eles não há como mover a ação. “As coisas estão acontecendo nas nossas costas”, disparou. Um requerimento solicitando os documentos foi enviado à Assembléia Legislativa há mais de 15 dias.
O grupo relatou que um técnico se propôs a fazer um estudo dos impactos ambientais com a construção das PCH’s e outro voluntário se colocou à disposição para formalizar as questões jurídicas. O estudo será entregue ao Ministério Público quando conseguirem formalizar a ação.
Impactos
Na reunião desta segunda-feira, os moradores lembraram os impactos ambientais já causados com a construção de PCH’s em outros rios da região. No Rio São Lourenço, lembrou José Félix, onde foi destruída a Cachoeira Sete Quedas, não foi realizada a transposição de peixes e nem obras complementares. “Não era para alagar tanto, não fizeram reflorestamento e nem pagaram impostos”, disse.
Outro morador destacou que se houver a construção das PCH’s no Rio do Prata, o Rio Vermelho, que deságua em Rondonópolis, também será prejudicado. “Com a falta de água no Rio São Lourenço, o Rio Vermelho vai assorear ainda mais”.
