A despeito da aguda crise no Ministério dos Transportes, iniciada a partir de gravíssimas denúncias de corrupção supostamente orquestradas pelo fogo amigo da base aliada da presidente Dilma Rousseff, as obras que vão garantir mobilidade urbana em Cuiabá e Várzea Grande (nas travessias das rodovias federais que cortam ambas as cidades) estão fora da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).

A preocupante situação foi confirmada na última reunião do grupo de coordenação do PAC em Brasília. "Para nosso desespero e preocupação, a única sinalização dada foi para que Mato Grosso (leia-se governo do Estado e Prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande) foi no sentido da liberação de uma linha de financiamento para as obras", declarou uma fonte do Palácio Paiaguás.

Sob responsabilidade do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura), as obras agora correm o risco de 'empacar' de fato. Por determinação do Ministério dos Transportes, todas as licitações estão suspensas por um prazo mínimo de 30 dias. O alerta de perigo também soou no Palácio do Planalto, porque Mato Grosso e o Brasil correm contra o tempo para cumprir os prazos fixados pela Fifa com relação as obras da Copa.

"E nosso maior problema é a questão da infraestrutura, da mobilidade. As indecisões sobre qual modal o governo (via Agecopa) vai escolher também representam um risco, assim como a falta de garantir de recursos do Tesouro Nacional para as obras de mobiidade e a agilidade nos processos de licitação", declarou uma das fontes ouvidas pelo Olhar Direto.