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Terça-feira, 23 de julho de 2024

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Caso raro de amnésia faz mulher de 32 anos acordar pensando ter 15

Foto: Divulgação

Caso raro de amnésia faz mulher de 32 anos acordar pensando ter 15
Quando Naomi Jacobs acordou com um raro tipo de amnésia ela era incapaz de se lembrar dos últimos 17 anos de sua vida.


Não tinha ideia de que tinha um filho de 11 anos, pensou que John Major era o primeiro-ministro e que Google era uma palavra inventada. Aos 32 anos, ela acordou em 2008 acreditando que tinha apenas 15 anos de idade e que estava prestes a prestar exames escolares no verão de 1992.

“Era como se eu tivesse dormido em 1992 como uma garota atrevida e auto-confiante de 15 anos e acordado como uma mãe solteira de 32 anos”, disse. “Quando acordei, olhei no espelho e tive o maior susto quando vi uma mulher com rugas me encarando”.

Os médicos disseram que Naomi tinha estado sob tanto stress que parte de seu cérebro simplesmente fechou, apagando as memórias da maior parte da vida dela.

“Dizer que eu fiquei petrificada é um eufemismo. Eu só queria minha mãe. Eu não conseguia entender ir para a cama numa noite e acordar em outro século", relatou.

Ela ficou confusa com a internet, com as redes sociais e até com o telefone celular.“'Facebook, Google e o YouTube pareciam coisas completamente inventadas. A primeira vez que vi meu Filho Leo jogando seu Xbox e interagindo com a TV fiquei tão chocada que cuspi meu chá”, contou.

Três anos depois de perder a memória, Naomi diz que gradualmente tem lembrado de sua vida e está escrevendo um livro sobre suas experiências. “Levou três anos de trabalho duro para juntar a maior parte de minha memória de novo. Isso me ajuda a prezar tudo que eu tenho.”

“Depois de um tempo, flashes de memória começaram a voltar por apenas alguns segundos, mas eles estavam lá. As lembranças mais recentes voltaram primeiro e depois as mais velhas, até que toda a minha memória tivesse voltado”.

'Não me lembrava de ter dado à luz'
Naomi, que era estudante de psicologia antes de perder a memória, recebeu dos médicos o diagnóstico de Amnésia Global Transitória, um tipo de perda de memória ocasionada por stress. Ela havia perdido todas as memórias emocionais.

A perda era tamanha que ela não reconheceu o filho de 11 anos. Depois de acordar ela observou: “esse garoto apareceu e começou a me chamar de mãe. Foi quando eu comecei a gritar”.

“Eu não sabia quem ele era. Não achava que ele era muito mais novo que eu, e certamente eu não me lembrava de ter dado à luz a ele. Comecei a chorar incontrolavelmente”.

Diários e 'De volta para o futuro'
Aos poucos, ela começou a tentar reunir “pedaços” da vida de novo e recorreu a diários e jornais tentando descobrir o que havia acontecido à garota de 15 anos de quem ela se lembrava.

“Com sorte, eu sempre guardei diários e jornais e reuni todos tentando chegar a um sentido de quem eu era. No começo, foi como ler sobre um estranho. Tentei manter meu filho fora de toda a minha amnésia, ainda que eu tivesse que construir um novo relacionamento com ele, não queria que ele se sentisse confuso como eu.”

“Usei meus diários para questionar as decisões que havia tomado na vida – por que eu estudei psicologia, por que era uma mãe solteira – e isso me ajudou a entender e a lembrar”.

Os médicos dizem que, apesar de a maioria das perdas terem sido recuperadas à memória dela em poucas horas, o caso de Naomi foi tão grave que levaria meses para ela se recuperar. Ela foi orientada a não ler jornais ou se forçar a lembrar de qualquer coisa para não causar mais stress ao cérebro.

“Não foi engraçado como Michael J. Fox em “De volta para o Futuro”. Eu havia adormecido num mundo de infinitas possibilidades e acordado num pesadelo.”

“Mas meu melhor amigo e minha irmã meticulosamente me explicaram o 11 de Setembro e a guerra ao terror.” “Na minha cabeça, John Major ainda era o primeiro-ministro e o único presidente Bush de quem eu havia ouvido falar era George.”

“Apesar de ter sido traumático, agora estou grata por ter sido jogada para frente através do tempo”. “Fui capaz de seguir meu sonho de infância e me tornar uma escritora – e estou atualmente escrevendo a minha história.”
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