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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

Notícias | Meio Ambiente

Seca na Amazônia pode aumentar resgate de filhotes de peixe-boi

Após 30 horas de viagem de barco, equipes da Associação Amigos do peixe-boi (Ampa) chegaram nesta sexta-feira (5) a Manaus (AM) com o 11º filhote de peixe-boi encontrado debilitado neste ano.


Com aproximadamente dois meses, o espécime foi encontrado há duas semanas no povoado de Barreirinha (a 330 km da capital amazonense) enroscado em uma rede de pesca.

Em todo o ano passado, foram 13 ocorrências deste tipo. Segundo a Ampa, há risco deste número aumentar devido ao período de seca, quando os rios da Amazônia reduzem seus níveis e deixam à mostra exemplares da espécie ameaçada de extinção.

O filhote de peixe-boi resgatado foi levado ao laboratório de mamíferos aquáticos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), onde passará por tratamento para recuperar peso. Atualmente, o exemplar pesa 13 quilos enquanto deveria estar com 25 quilos.

Reintrodução
Os pesquisadores das duas instituições se organizam para iniciar em setembro um projeto de reintegração de peixes-bois à natureza. A intenção do programa é evitar o envelhecimento dos animais em cativeiro e ainda desafogar os tanques do Inpa, instituição que atualmente abriga 54 peixes-bois encontrados em operações ambientais ou que foram salvos por moradores.

A experiência de reintrodução já foi realizada em 2008, quando os biólogos liberaram três peixes-bois em rios da Amazônia com rastreadores. Entretanto, a tentativa não deu certo já que dois animais morreram e o terceiro desapareceu da área de cobertura do rastreador.

“Agora, vamos liberar os animais em um semicativeiro. Um lago existente em Manacapuru, cidade próxima a Manaus, onde os animais poderão se ambientar ao meio ambiente, sem risco de perda, e com acompanhamento dos técnicos para monitorar seu desenvolvimento”, afirmou Isabel Reis, bióloga da Ampa.

Envelhecimento
De acordo com ela, nesta primeira fase três peixes-bois (dois machos e uma fêmea) serão colocados neste lago pelo período de um ano, com rádio-transmissores presos à cintura. Após os 12 meses de monitoramento, eles serão liberados em rios da região amazônica. A intenção é recolocar três ou mais animais anualmente em seu habitat de origem.

“Isto vai contribuir para desafogar os tanques do Inpa, mas, principalmente, fará com que o animal volte a seu habitat. A maioria dos exemplares de peixe-boi vive cerca de 65 anos. Não tem como ficar com um animal tanto tempo em cativeiro”, disse Isabel.
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