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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

Notícias | Meio Ambiente

Detentos fabricam tijolos ecológicos e garantem redução de pena em MS

Uma fábrica de tijolos ecológicos funciona dentro de um presídio em Ponta Porã, distante a 346 quilômetros de Campo Grande. O projeto, que cumpre a Lei de Execuções Penais, foi implantado há dois anos os detentos chegam a produzir mil tijolos por dia.


Equipamentos como betoneira e prensa, encontrados no lixo, foram recuperados e são fundamentais para o trabalho dos detentos da unidade penal de Ponta Porã. Os presos trabalham seis horas por dia para dar conta da produção de tijolos. Em todas as etapas da produção o trabalho é rústico, mas segundo a direção do presídio, os resultados são positivos.

De acordo com o diretor da unidade, Rodrigo Borges, os detentos se integraram mais. Em dois anos de projeto, os casos de agressão diminuíram e não foi registrada tentativa de fuga. “Foi verificado um grande ganho na disciplina e no comportamento dos internos. Tem trazido uma disciplina elogiável perante os próprios companheiros de serviço na unidade, porque uma cadeia com disciplina controlada é uma cadeia que dá para colocar vários projetos em prática”, afirma Borges.

O detento Júlio da Silva, operário na produção de tijolos, é de Minas Gerais e está preso em Ponta Porã há quatro meses. No trabalho, o detento diz que conseguiu amenizar a saudade da família. “Você acaba ocupando seu tempo, quando chega à tarde você está cansado e quer tomar um banho e ir descansar. No outro dia você já sabe o que tem a fazer, então você acaba ocupando a mente e pagando sua dívida mais suave”, conta Silva.

A fábrica chega a produzir mil tijolos por dia. Parte da produção é comercializada, mas como a penitenciária não aceita dinheiro, o negócio é feito a base da troca por materiais de construção como cimento, piso, janelas e tinta.

A estrutura do prédio já apresenta melhoras. A cozinha, que antes não era mantida limpa, hoje está dentro das normas de higiene sanitária. A estrutura ganhou pintura e nova fiação elétrica.
“Existe várias frentes de obras, a todo instante nós temos procurado melhorar a estrutura da unidade, seja a ampliação de salas para os psicólogos e assistentes sociais que tem vindo. A unidade não estava preparada para esses profissionais”, explica o diretor.

Muitos dos detentos estão aprendendo uma profissão, como é o caso de Rosalino da Silva, preso por tráfico de drogas. No presídio, ele aprendeu as técnicas da produção de tijolos e pretende trabalhar na área assim que deixar a prisão. “Minha cabeça aqui é só no trabalho e mais nada, eu quero mais sossego para mim ir embora logo e tocar minha vida”, afirma.

A penitenciária desenvolve outros projetos que incentivam o trabalho, dos 352 presos da unidade 40% estão trabalhando.

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