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Terça-feira, 23 de julho de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Para veterinário, febre do Nilo Ocidental pode circular no país

A identificação do vírus da febre do Nilo Ocidental (WNV, na sigla em inglês) em 5 cavalos no Brasil, confirmada na segunda-feira (8) pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC-Fiocruz), pode ser um indício que mosquitos responsáveis por espalhar a doença já circulam no país, afirma o veterinário responsável pela pesquisa Alex Pauvolid-Corrêa.


Os equinos são hospedeiros finais do vírus, assim como os humanos, quando apresentam anticorpos contra o WNV.

"Sabe-se que a principal via de transmissão de WNV a hospedeiros vertebrados ocorre através de mosquitos. A evidência sorológica apontada na nossa pesquisa com cavalos sugere a presença de vetores infectados na região", diz Pauvolid-Corrêa.

"O ciclo de transmissão de WNV na América do Sul, com a detecção de hospedeiros e vetores, ainda não está estabelecido", explica o especialista. "Até o momento, não há relatos de infecção humana pelo vírus na América do Sul."

Segundo o veterinário, a vigilância para detecção do vírus já existe desde 1999 na América Central e em alguns países da América do Sul, quando o micro-organismo foi identificado nos Estados Unidos.

Países como Colômbia e Venezuela já haviam apresentado evidências da passagem de ameaças no continente, mas o trabalho de identificação no Brasil só começou em 2006. "A circulação do vírus já vinha sendo considerada dada a dimensão continental do Brasil e pela presença do WNV e países que fazem fronteira com o nosso."

Segundo o pesquisador, nenhum dos cavalos flagrados com anticorpos contra o vírus tinham sido levados ao exterior, fato que descarta a possibilidade da contaminação ter sido "importada".

Pauvolid-Corrêa acredita que a principal forma de controlar a transmissão do vírus seja impedir a infecção de mais animais.

"O controle da população dos mosquitos vetores, a proteção individual dos animais contra a hematofagia [ato de se alimentar de sangue, típico dos insetos que espalham a doença] e a imunização dos hospedeiros são estratégias possíveis."

Mesmo com as táticas de controle, para o veterinário, garantir a eliminação do vírus pode não ser simples. "Ciclos de transmissão em áreas silvestres como no Brasil são desafios muito grandes."
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