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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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Liberar consumo de bebidas alcoólicas em jogos da Copa será um retrocesso

Recentemente, o ministro dos esportes, Orlando Silva, declarou que o governo está analisando a proposta da Federação Internacional de Futebol (FIFA) para liberar o consumo de álcool nos estádios durante os jogos da Copa de 2014. O tema será discutido na elaboração do projeto de lei que vai determinar as normas para o Mundial de 2014. Desde 2010, o Estatuto do Torcedor proíbe o consumo.


Como já era esperado, os interesses comerciais que envolvem a Copa do Mundo levaram a Federação a fazer o pedido e a pressão do órgão pode flexibilizar a medida adotada de restringir bebidas alcoólicas em estádios brasileiros.

Esta possibilidade preocupa à Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead). “A sociedade brasileira lutou durante anos para institucionalizar essa regra e, após um longo período de conscientização e adaptação, a população em geral e os frequentadores dos estádios em particular entenderam que é uma medida benéfica. Ao abrir essa exceção, vamos retroceder décadas em 30 dias. Além disso, vamos abrir um precedente para que a CBF e outras federações nacionais exijam o livre comércio em jogos da sua competência”, afirma o psiquiatra e presidente da Abead, Carlos Salgado. Para ele, abrir negociações nesse sentido é um desrespeito à consciência do legislador e à opinião pública.

O álcool é grande vilão, principalmente em campos de futebol. “Essa droga lícita amplifica rivalidades e facilita a expressão da agressividade. Em jogos de futebol isso pode ser ainda mais evidenciado, já que há grupos de torcedores em oposição” explica Salgado.

Para driblar os interesses comerciais, de acordo com o psiquiatra, as autoridades brasileiras terão de contar com o apoio da sociedade e cabe às instituições formadoras de opinião manter o cidadão informado. “É preciso resguardar os interesses da população no que diz respeito à saúde pública e à segurança nos estádios, independentemente dos interesses e intervenções de alguns grupos”, acrescenta Carlos Salgado.

Desfazer a associação entre o álcool e os esportes, sobretudo o futebol, é uma luta constante da Abead. A utilização da imagem de esportistas famosos em propagandas de bebidas alcoólicas é uma forte influência para o consumo, principalmente entre os jovens. “Todos nós queremos a Copa no Brasil, mas é preciso estabelecer limites. Não é aceitável negociar a saúde da população para receber o evento”, finaliza Salgado.

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